| 24/01/2003 20h28min
O discurso do presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva no 3º Fórum Social Mundial foi marcado pela emoção. Ele chegou até o Anfiteatro Pôr-do-Sol, em Porto Alegre, por volta das 18h30min da tarde desta sexta, dia 24. A maior parte das palavras de Lula foram dedicadas aos compromissos sociais firmados na eleição.
O pronunciamento durou cerca de 20 minutos e foi marcado pela aclamação popular. Ele começou o discurso pedindo que os manifestantes presentes enrolassem suas bandeiras para que as pessoas que estavam mais atrás pudessem ver as autoridades no palco. Quando Lula disse que tinha apenas quatro anos para mudar o país e fazer o governo mais honesto que o Brasil já teve, o público levantou as mãos e exibiu o número oito para o presidente, manifestando o desejo de uma reeleição.
O petista manifestou alegria em voltar ao Fórum, desta vez como presidente, o primeiro do cargo a participar do evento. Ele agradeceu as pessoas do mundo inteiro que, segundo ele, estão na capital gaúcha para mostrar que existem como ser humano e que querem ser respeitadas como tal. Ele pediu para que quem não entendesse suas palavras olhasse em seus olhos, pois eles falariam com sinceridade.
Falando de sua responsabilidade enquanto presidente, Lula respondeu às críticas de setores mais radicais do Partido dos Trabalhadores. Ele afirmou que ainda defende a reforma agrária, a educação e a alimentação para todos, representando uma esperança não apenas para o Brasil, mas para a esquerda de todo mundo e, principalmente, da América Latina.
A ida para Davos, mesmo sabendo que lá vai encontrar alguma hostilidade, tem como objetivo mostrar que não é possível continuar com uma ordem econômica em que muita gente passa fome. Na Suíça, o presidente quer passar a mensagem "o mundo não está precisando de guerra, mas de paz".
No final do testemunho, a intenção de "tentar não cometer erros" em seus quatros anos de mandato foi retomada. Lula reforçou a idéia de jamais negar os projetos que o levaram à presidência. Sobre um possível conflito no Iraque, ele enfatizou que não se gastaria tanto dinheiro com guerra se estes valores fossem revertidos para erradicar a fome no mundo.
Em sua frase final, o presidente afirmou que o Fórum Social Mundial é o maior evento político realizado na história contemporânea.
– A verdade é que depois de Porto Alegre, Davos não tem mais a força que tinha – finalizou.
Segundo a Brigada Militar, cerca de 60 mil pessoas ouviram o presidente.
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