| 21/06/2008 03h40min
O senador Barack Obama se diz o candidato da inclusão nas eleições presidenciais americanas, mas a mensagem enviada esta semana pela campanha do democrata foi bem diferente.
Na segunda-feira, duas mulheres muçulmanas sofreram discriminação em um de seus comícios, em Detroit (Michigan). Elas foram impedidas de sentar-se atrás do senador no evento - que seria televisionado - por estarem usando véus.
Depois de pressionado por líderes islâmicos americanos, o democrata pediu desculpas pessoalmente às duas na quinta-feira. Obama conversou por telefone com Shimaa Abdelfadeel e deixou uma mensagem para Hebba Aref. A equipe de campanha teria culpado voluntários pelo incidente.
— Me senti discriminada exatamente pela pessoa que deveria promover a mudança, com a qual eu realmente poderia me identificar — disse Hebba, 25 anos.
O incidente é outro episódio que pode atrapalhar a campanha do democrata, líder das pesquisas de opinião
contra o republicano John McCain (confira outros
casos no quadro). Filho de um queniano com uma americana, o protestante Obama precisou desmentir em várias ocasiões os rumores de que é muçulmano. Os assessores do senador chegaram a lançar um site para desmentir boatos contra ele (www.fightthesmears.com).
- As ações desses voluntários são inaceitáveis e de forma alguma refletem uma política de minha campanha, que quer unir as pessoas. Estou muito feliz com o fato de a senhora Abdelfadeel tenha aceitado nossas desculpas e espero que a senhora Aref e quem quer que tenha se sentido ofendido aceitem também minhas desculpas - afirmou o senador em nota.
Obama e sua ex-adversária Hillary Clinton começarão a aparecer juntos em comícios na próxima semana, em um esforço para unificar os democratas após a longa batalha pela candidatura durante as prévias. Os dois participarão de um comício na próxima sexta-feira.
Outras polêmicas
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Em fevereiro, colaboradores da pré-candidata à presidência Hillary Clinton divulgaram na internet uma foto de Obama usando roupas muçulmanas na Somália, em 2006, em uma tentativa de associar a religião como um fator negativo em sua campanha.
- Obama restituiu, na forma de doações a obras de caridade, os US$ 85 mil doados por Tony Rezko à campanha na qual foi eleito senador em 2004. Empresário e amigo de longa data de Obama, Rezko foi condenado no início deste mês por fraude e corrupção. Usou sua influência política para pedir subornos e conseguir contratos do governo.
- Em abril, Obama precisou se afastar de seu conselheiro espiritual, o pastor Jeremiah Wright, depois de o religioso fazer sermões incendiários. Neles, foram proferidas declarações racistas e frases como "Deus amaldiçoe a América".
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