A Polícia Civil vai montar uma força-tarefa para identificar os integrantes das gangues que usam a paixão por Grêmio e Inter como motivação para assassinar em São Leopoldo, no Vale do Sinos. A informação é do titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado João Bancolini.

De acordo com ele, os dois jovens executados a tiros esta madrugada, Jeferson Alves Ferreira, 21 anos, e Gabriel Eloi de Oliveira, 23 anos, já haviam se envolvido em outras brigas identificadas por investigações como confronto entre gangues de torcidas rivais. A polícia não tem registro do envolvimento deles em outros crimes.

— O crime foi premeditado, é coisa de gangue de torcidas. Temos de controlar isso. Temos que terminar com esses grupos — afirma o delegado.

O comandante da Brigada Militar em São Leopoldo, tenente-coronel Carlos Magno de Oliveira, diz que já tem informações de que as duas vítimas foram integrantes de uma das torcidas organizadas do Internacional. Atualmente, a dupla Gre-Nal não tem mais torcidas organizadas.

Os dois jovens mortos eram responsáveis por capitanear excursões de São Leopoldo para Porto Alegre, de torcedores colorados, para assistir aos jogos do Inter. A ação desagradaria o grupo rival, composto por torcedores gremistas.

No dia 28 de agosto do ano passado, ao lado da casa onde ocorreu o crime neste sábado, outro tiroteio já havia deixado Ferreira e Oliveira feridos a tiros. Mas os dois haviam sobrevivido ao primeiro ataque.

Ferreira trabalhava em uma empresa que presta serviços de limpeza. Apaixonado por futebol, sonhava em conhecer o estádio do Maracanã, no Rio. Oliveira era estudante de educação física e, de acordo com a família, um fã incondicional do Internacional.

Pelo cálculo da polícia, nos últimos quatro anos, outras seis pessoas já morreram no município nos confrontos entre facções rivais que usam a defesa da honra dos seus times como desculpa para matar.