| 30/06/2008 03h54min
O maior desafio que a Polícia Civil do Vale do Sinos tem a partir da morte dos jovens colorados Jeferson Alves Ferreira, 21 anos, e Gabriel Eloi de Oliveira, 23 anos, é fazer o que não conseguiu nos últimos 10 meses: impedir que o principal suspeito do crime siga fazendo vítimas. Os jovens foram assassinados a tiros na madrugada do último sábado, em São Leopoldo, por supostos torcedores gremistas.
Em agosto do ano passado, o suspeito das mortes teve prisão preventiva decretada por suspeita de envolvimento em um ataque a tiros para matar Ferreira e Oliveira. Os dois torcedores do Inter acabaram executados na madrugada de sábado, em São Leopoldo, e o homem figura mais uma vez na lista de principais suspeitos.
Além de dele, outro jovem torcedor do Grêmio foi identificado em agosto por ligação com a tentativa de duplo homicídio, mas também não foi preso até hoje. A polícia organizou uma força-tarefa para capturar os possíveis envolvidos no caso.
-
Houve esforço antes (do crime de
sábado), ele (o suspeito) teve prisão decretada. Sabíamos que podia cometer outro crime. Os policiais estão atrás dele há tempo, mas ele é uma espécie de andarilho, difícil de achar - explicou ontem o delegado João Bancolini, da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana.
Uma semana antes de serem mortos, Ferreira e Oliveira foram detidos pela Brigada Militar em Porto Alegre por participação em um confronto entre torcedores do Gre-Nal de Showbol, realizado no Ginásio Tesourinha. No mesmo grupo de 69 pessoas detidas também estava o outro jovem gremista que já era suspeito de tentar matar Ferreira e Oliveira no ano passado. Como não tinha prisão preventiva decretada, acabou liberado.
No sábado, ao saber do crime ocorrido em São Leopoldo e que seria decorrente de rixa entre gangues de torcedores, o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Carlos Roberto Bondan da Silva, determinou que o setor de inteligência do batalhão fizesse um cruzamento de dados a partir de
informações da ocorrência do
dia 22, do confronto depois do Showbol.
A lista de detidos está servindo para as autoridades como base para identificar outros suspeitos. No dia da detenção, todos os envolvidos foram fotografados e assinaram termo circunstanciado antes de serem liberados pela BM.
O perfil das vítimas
Jeferson Alves Ferreira, 21 anos - Pai de um menino de dois anos, Jeferson trabalhava com o irmão, Gelson, 28 anos, numa empresa de serviço de limpeza em São Leopoldo.
- Meu filho era um guri direito, honesto, trabalhador. Não era um marginal - defende o pai, segurança e carpinteiro.
À espera do segundo filho - Ferreira deixou a namorada, de 18 anos, grávida de dois meses, o jovem estava prestes a realizar um de seus maiores sonhos: conhecer o estádio Maracanã, no Rio de Janeiro. Uma excursão estava organizada para o final de julho.
Gabriel Eloi de
Oliveira, 23 anos - Jovem de classe média de Novo Hamburgo, Gabriel era estudante de
Educação Física do Centro Universitário Feevale, em Novo Hamburgo. Perdeu o pai, torcedor do Internacional, com um ano. Era caçula e único filho homem — além da mãe, deixou duas irmãs mais velhas A paixão inconseqüente pelo Internacional, no entanto, levou-o a seguir caminhos que a família reprovava.
Afastado há quatro anos e meio da torcida organizada Camisa 12 por mau comportamento, Gabriel era o responsável por excursões de torcedores do Vale do Sinos para os jogos do Inter.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.