Sem participar de uma edição dos Jogos Olímpicos desde Atlanta/1996, a seleção brasileira masculina de basquete sempre foi alvo de um tipo específico de crítica: ausência de um esquema estruturado de jogo. Ciente dessa situação, o técnico espanhol Moncho Monsalve definiu esta como uma de suas prioridades na preparação.

De acordo com o treinador, para que o Brasil consiga bons resultados no Pré-Olímpico Mundial, que definirá as últimas três vagas nos Jogos de Pequim, é fundamental que sofra de 72 a 78 pontos apenas e faça 80 ou mais por partida. Para isso, adotará uma defesa agressiva e um ataque conceitual.

– Vamos fazer defesa homem a homem (80%), zona e mista alternativa. No ataque, teremos jogadas por conceito, três situações de jogo tático e duas situações rápidas – explica o treinador, em meio aos treinamentos do time, no Rio de Janeiro.

Ex-treinador da seleção B da Espanha, Moncho adiou os planos de aposentadoria pelo convite da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para dirigir o Brasil e, mesmo após a debandada do time dos astros da NBA, não se arrepende de ter aceitado o convite.

– Mais que um objetivo pessoal, é uma oportunidade e um privilégio dirigir uma das melhores equipes do mundo. Vim aqui porque acredito no potencial e talento dos jogadores brasileiros. Tenho um compromisso com o sr. Bozikis (Gerasime Grego Bozikis, presidente da CBB) e com os atletas que estão aqui – afirma.

Sem poder contar com os armadores Leandrinho e Valtinho, os alas/pivôs Nenê e Anderson Varejão, o ala Guilherme e o pivô Paulão, Moncho foi obrigado a fazer mudanças no seu planejamento. Mesmo assim, garante que não pretende tornar o pivô Tiago Splitter uma peça central no esquema e acredita que o Brasil conseguirá compensar no conjunto as ausências.

– Splitter é um jogador fundamental, como pode ser Alex (Garcia), (Marcelinho) Huertas, Marcelo e Duda. Os jogadores que formam esse grupo têm muito talento individual e o objetivo é usar essa qualidade para formar uma grande equipe. A cada treino estamos evoluindo, mas somente com o coletivo conseguiremos a vaga – alerta.

A seleção brasileira estréia no Pré-Olímpico no dia 15 de julho, enfrentando o Líbano. Ainda na primeira fase, o time joga contra a Grécia, podendo enfrentar, provavelmente, Alemanha ou Nova Zelândia caso passe para as quartas-de-final. Antes, o time disputa um torneio amistoso contra Austrália e Croácia, de 7 a 9 de julho.