| 06/07/2008 20h03min
A imagem atual da seleção brasileira não é nada boa. Nos últimos três jogos, a equipe não fez gols, somando duas derrotas (para Venezuela e Paraguai) e um empate sem gols contra a Argentina. Mesmo assim, Dunga demonstrou otimismo em entrevista ao jornal italiano Gazetta dello Sport, falando em sucesso de Ronaldinho Gaúcho nas Olimpíadas e prevendo um novo “quadrado mágico” no time principal.
Em relação ao jogador do Barcelona, convocado pessoalmente pelo presidente da CBF Ricardo Teixeira como um dos atletas acima dos 23 anos em Pequim, o técnico defendeu o ex-melhor do mundo das críticas que tem recebido.
– Exageraram ao falarem sobre o peso dele. Ele tem apenas alguns quilos a mais, mas vai queimar rápido e será uma das estrelas em Pequim ao lado do Pato. Mas será que o Milan vai liberar o Ronaldinho? – disse o ex-volante, cometendo uma gafe, já que o Milan tem interesse, mas ainda não fechou com Gaúcho. – Ele quer ir para o Milan e o jogador é quem conduz a transferência – tentou consertar em seguida.
Ainda sobre os Jogos Olímpicos, Dunga também espera muito de Alexandre Pato, mas reforça a calma sobre as expectativas no atacante de 18 anos, garantido como titular na China.
– É um menino que aparece cada vez mais para mim. O único problema é que todo mundo quer tudo dele e esquecem a sua idade. Nasceu para fazer gols e pode marcá-los em qualquer um, mas isso não é tudo. Tem que aprender a ser protagonista nos 90 minutos – pregou.
Estratégia para Pato
Apesar da cautela, Dunga tem planos ambiciosos para Pato. O treinador vê o ex-jogador do Inter como um dos membros de um futuro setor ofensivo que pretende armar na seleção principal, que teria ainda a presença de Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Kaká:
– É possível. Mas tem que ter mais dois volantes para garantir o equilíbrio. Tenho Gilberto Silva e Mineiro ou Josué, assim como o Milan tem
Pirlo e Gattuso – comparou.
A história recente do time canarinho, entretanto, mostra que os planos do comandante tendem a dar errado. Na primeira tentativa de “quadrado mágico”, na Copa do Mundo de 2006, Carlos Alberto Parreira viu seu time cair nas quartas-de-final comandado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo na frente. O próprio Dunga escalou um “triângulo mágico” formado por Robinho, Pato e Adriano e perdeu para a Venezuela.
Naquele trio, quem faltou foi Kaká, que ficou de fora do amistoso por uma lesão que causou polêmica entre o técnico e o meia. A rusga é minimizada pelo tetracampeão:
– Nunca tive problemas com o Kaká. Ele é um campeão e fui o primeiro a dizer que merecia a Bola de Ouro. Mas ninguém joga sozinho. Todos são importantes e ninguém é indispensável – avisou.
O tom de reforço a seu comando diminui quando o assunto é Adriano. Feliz com o que viu nos jogos em que escalou o ex-são-paulino, Dunga já antecipa a convocação do atleta da Inter de Milão para enfrentar Chile e Bolívia, em setembro.
– Confesso que tinha um pouco de desconfiança de suas qualidades como homem, mas nunca duvidei de sua qualidade como jogador e encontrei um grande profissional. Será o melhor reforço da Inter de José Mourinho e vou convocá-lo para os próximos jogos das Eliminatórias – revelou.
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