| 30/07/2008 21h47min
A presidente argentina, Cristina Kirchner, recebeu nesta quarta-feira o vice-presidente do país, Julio Cobos, pela primeira vez desde que, em decorrência do voto desse, o governo sofreu sua maior derrota política em sete meses de gestão.
Cobos, um dissidente do radicalismo que chegou ao governo pelas mãos do ex-presidente Néstor Kirchner no marco de um acordo para ganhar alianças, votou no dia 17 contra uma proposta governamental de alta dos impostos ao setor agrário durante uma tensa sessão no Senado.
A presidente recebeu Cobos durante 45 minutos e não permitiu a entrada de fotógrafos nem cinegrafistas na reunião para evitar a divulgação de imagens do reencontro entre ambos.
— Falaram, obviamente, de tudo o que aconteceu, mas sem adjetivações nem a pessoas nem a condutas. A presidente foi muito profunda e sincera — disse o chefe de Gabinete argentino, Sergio Massa, que também participou da reunião, a qual qualificou de "sóbria" e "séria".
Massa, o único funcionário que fez
declarações públicas após o encontro, afirmou que "é importante o caráter reservado da reunião", que se concretizou "pelo respeito da presidente às instituições e às investiduras".
A rejeição de Cobos, também presidente da Câmara Alta, ao projeto governamental gerou a saída de autoridades de menor cargo. Cobos, que inclusive foi chamado de Judas por dirigentes peronistas, se refugiou na cidade de Mendoza por vários dias enquanto em Buenos Aires desabava uma tempestade política que derivou, há uma semana, na renúncia do então chefe de Gabinete de ministros, Alberto Fernández, após cinco anos no cargo.
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