| 31/07/2008 19h55min
A suspensão dos jogos do Grupo 24 na primeira rodada da segunda fase da Série C do Brasileirão deve ser apenas a primeira conseqüência do "caso Rafinha". Pelo menos, é isso que esperam as diretorias de Inter-SM e Engenheiro Beltrão. Os dois clubes defendem a eliminação de Toledo e Marcílio Dias, que teriam combinado o empate em 0 a 0, o que acabou classificando as duas equipes.
A suspeita de fraude surgiu em uma entrevista dada pelo volante Rafinha, do Toledo, após o jogo, na qual ele admite que o resultado foi acertado entre os jogadores das duas equipes.
Embora o cancelamento dos jogos envolvendo Toledo e Marcílio Dias fosse um item comum nas ações movidas por Inter-SM e Engenheiro Beltrão, a medida foi tomada a partir de uma liminar encaminhada pelo procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt.
Ou seja, os pedidos de Inter-SM e Engenheiro Beltrão, que incluem a desclassificação dos clubes envolvidos no suposto jogo
combinado, de acordo com o artigo
275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), nem sequer foram avaliados pelo Tribunal.
— A nossa reivindicação é bem clara. Nós queremos a eliminação sumária de ambas as equipes do campeonato, para que a corrupção e a malandrice não contamine o mundo desportivo e que sirva de exemplo para as demais agremiações do país — defende o vice jurídico do Inter-SM, Alberto Olivier.
Os pedidos de Inter-SM e Engenheiro Beltrão não têm data para ir a julgamento, mas o provável é que eles também sejam avaliados no dia 8 de agosto, junto com a denúncia do procurador Paulo Schmitt. E há uma nova prova que pode pesar na hora no julgamento.
Na queixa feita pelo Engenheiro Beltrão, foi anexada uma entrevista do presidente do Marcílio Dias, Marlon Bendini, à Rádio Guaçu, de Toledo, em que ele afirma ter tido contato com o presidente do Toledo, Irno Picinini, no dia anterior ao da partida. Em um trecho, ele cita que "tem alguns torcedores que não entendem
como se faz os bastidores do futebol".
— Punir somente o atleta é uma incoerência. Não existe corrupção unilateral, e isso fica claro na entrevista do presidente do Marcílio Dias. Além de admitir que se reuniu com o presidente do Toledo na véspera do jogo, o senhor Marlon Bendini revela que tomou ciência do conluio em algum momento da partida — argumenta o advogado do Engenheiro Beltrão, Luiz Antonio Teixeira.
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