| 01/08/2008 07h55min
A China suspendeu hoje parcialmente a censura sobre a internet. Após as pressões do Comitê Olímpico Internacional (COI), a China liberou sites de várias organizações de direitos humanos, apesar de continuar vetando todo o conteúdo "sensível" relacionado a Tibete, povoado Uigur e Falun Gong.
Desta forma, quem esta manhã se conectava à internet em Pequim podia entrar na página da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), encomendar uma camiseta de denúncia contra os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e se inteirar de uma convocação para protestar contra as embaixadas chinesas no mundo todo. Citada pelo jornal "South China Morning Post", a vice-presidente do COI, Gunilla Lindberg, disse hoje que "o problema foi resolvido".
— A Comissão de Coordenação do COI e o Bocog (Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim) se reuniram na noite passada (quinta-feira) e chegaram a um acordo. A internet será usada como em qualquer dos outros Jogos — acrescentou.
No entanto, enquanto os sites da
Anistia Internacional (AI), Human Rights Watch ou da própria RSF podiam ser acessados, as páginas de dissidentes chineses, de grupos independentistas tibetanos e da região uigur de Xinjiang, e do movimento espiritual Falun Gong permaneciam censuradas. Este último, um "culto maligno" que atenta contra os interesses nacionais, segundo a China, demarca a fronteira entre os conteúdos que se beneficiaram ou não da "medida de graça".
Falun Gong, a independência do Tibete ou de Xinjiang e os movimentos pró-democracia de cidadãos chineses, todos eles "assuntos internos", não parecem negociáveis para o Bocog. O órgão, por isso, segue sem cumprir a promessa de um acesso "livre" à internet que o COI estabeleceu desde que, em 2001, a capital chinesa assumiu a organização dos Jogos. Neste sentido, a AI festejou em comunicado o relaxamento da censura e a suspensão do veto sobre o site da organização no Centro de Imprensa Olímpico e em toda a capital chinesa, mas lembrou que o Bocog segue sem cumprir
seu dever.
O relaxamento da censura ocorre depois que os jornalistas estrangeiros que foram a Pequim para cobrir os Jogos Olímpicos descobriram que o "acesso livre" prometido pelo COI tinha passado a ser um acesso "suficiente e conveniente" estabelecido pelo Governo chinês.
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