| 11/08/2008 11h06min
A serenidade e a concentração demonstradas nas lutas que disputou em Pequim acompanharam Ketleyn Quadros durante a caminhada da atleta para deixar a área de competição. Primeira brasileira medalhista olímpica no esporte, a judoca manteve-se compenetrada mesmo depois da glória de ter conquistado o bronze na categoria leve (até 57kg) e ter escrito seu nome na história do Brasil: ela é a primeira brasileira a conquistar uma medalha em esportes individuais em Olimpíadas.
– Ainda estou sentindo a emoção. Tudo aconteceu muito rápido. Eu estava bem centrada. No tatame, conta quem tem mais concentração – disse.
Com apenas 20 anos e pouca experiência internacional, Ketleyn mostrou frieza e discernimento de veterana. Para derrotar a australiana Maria Pekli, na decisão do bronze, a judoca explica que tinha uma estratégia bem clara em mente.
– Percebi que a australiana estava mais cansada, ela não teve muito tempo para descansar entre as lutas. Por isso forcei mais – explicou.
A técnica Rosicléia Campos, ao contrário da pupila, não se conteve com o resultado histórico do judô feminino.
– Quando falei que iríamos mudar a história, muita gente não acreditou. Estou muito feliz, acho que já posso morrer. Para mim, essa medalha representa a vida que dediquei e a tudo o que abdiquei para viver isso aqui. É a representação material de tudo isso.
Para Rosicléia, a medalha de bronze de Ketleyn representa um avanço enorme para o esporte.
– A gente mudou. Outro judô feminino brasileiro nasceu naquele dojô.
Além do bronze de Ketleyn, o Brasil garantiu sua segunda medalha em Pequim também no judô. Leandro Guilheiro levou o bronze e se tornou o segundo judoca brasileiro a ter duas medalhas olímpicas.
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