| 19/08/2008 04h20min
Juntos, os dois volantes do Grêmio somam apenas seis cartões amarelos em 34 partidas do Brasileirão. Para uma posição em que os choques são rotina, a média é irrisória. Rafael Carioca e Willian Magrão confirmam que é possível ser eficiente na função sem apelar às faltas.
Escalado em todos os jogos do Grêmio, Rafael Carioca, 19 anos, recebeu seu primeiro amarelo apenas na quarta rodada, em 31 de maio, na derrota por 2 a 1 para o Vasco, no Rio. O segundo demorou treze rodadas – em 3 de agosto, contra o Vitória, no Olímpico. Sua média é 2,25 faltas por jogo. Está pendurado há três rodadas.
– Tento sempre me manter frio. Na minha posição não dá para cometer erros – diz o guri, tão econômico nas palavras como nos gestos em campo.
Mesmo contra Sport, Figueirense e Atlético-MG, em que foi incumbido de parar o melhor jogador do outro time, Carioca manteve-se comedido. Sem abusar das faltas, anulou Carlinhos Bala, Cleiton Xavier e Petkovic.
– A explicação está na qualidade. O Rafael não faz muitas faltas, dificilmente dá carrinho, posiciona-se bem, encurta espaços, tem força e qualidade técnica. É tudo o que se deseja para a posição – rende-se Celso Roth, que o viu atuar pela primeira vez no Brasileiro Sub-20, em dezembro.
Em fevereiro, quando assumiu o Grêmio, Roth tratou de puxá-lo de volta ao grupo principal. Semanas antes, Vagner Mancini havia recomendado o retorno do volante aos juniores. A justificativa, que Carioca não aceita, era de que a súbita visibilidade havia lhe feito mal.
Os números de Willian Magrão não são muito diferentes. Em 14 partidas, o volante nascido em Mogi-Mirim, interior paulista, foi advertido com cartão amarelo somente contra Goiás, Atlético-PR e Santos. Cumpriu suspensão na 11ª rodada, diante da Portuguesa. Está na segunda série, mas só recebeu um contra o Cruzeiro, na 13ª. De lá para cá, segue com a ficha intacta, apesar do zelo com que guarnece os três zagueiros. Em vez de pancadas, Magrão faz gols. Fez três neste Brasileirão.
O jogador, de 21 anos, admite que, em 2007, a falta de ritmo o forçava a cometer faltas. Agora, em campo mais seguidamente, consegue "chegar antes nos lances". Para ele, o estilo do Grêmio facilita seu trabalho.
– A marcação inicia lá na frente. Marcel e Perea ajudam muito no combate e isso nos facilita. A bola não chega redonda para os meias adversários – explica Magrão.
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