O sonho do ouro olímpico para o futebol brasileiro foi adiado por quatro anos. Isso se o futebol for mantido no programa dos Jogos de Londres-2012. Nesta terça, o Brasil de Ronaldinho foi dominado pela Argentina de Messi e perdeu por 3 a 0, com dois gols de Agüero e um de Riquelme. Sexta-feira, vamos pelo bronze contra a Bélgica.

Quem foi ao Estádio dos Trabalhadores de Pequim, como fez o astro a NBA Kobe Bryant, na esperança de ver um show de Ronaldinho ou Messi, acabou vendo o atacante Sérgio Agüero brilhar. Com o sogro Maradona nas tribunas, “Kun” foi o personagem do jogo. Marcou dois gols e sofreu o pênalti convertido por Riquelme.

Messi, como de costume, foi o cérebro do time argentino. Pelos pés dele passaram as principais jogadas dos atuais campeões olímpicos, que agora pegam a Nigéria em busca de mais um ouro. Riquelme teve atuação discreta. Mas ainda assim foi melhor do que Ronaldinho, a anos-luz de ser o jogador que já foi um dia.

O time de Sergio Batista esteve sempre no controle do jogo. Logo aos três minutos, Mascherano fez Renan trabalhar em chute de longe. Aos cinco, o novo goleiro do Valencia, da Espanha, teve que agir novamente para cortar um escanteio venenoso de Riquelme, cedido pouco antes por Breno ao cortar um chute cruzado de Di Maria.

A Seleção Brasileira, por sua vez, demorou a ameaçar o adversário, e quando o fez foi sem nenhum perigo. Isolado no ataque, Rafael Sobis só conseguia chutar de fora da área. Aos 11, Rafinha conseguiu, enfim, entrar na área argentina, mas no contra-ataque Agüero quase abriu o placar, chutando no lado externo da rede.

Aos 40, Rafinha bobeou na frente de Messi e perdeu a bola para o craque argentino, que entrou na área pela esquerda e arrematou, parando na defesa de Renan. Dois minutos depois, Hernanes respondeu com um chute de fora da área, por cima do travessão. Acabava aí um primeiro tempo razoavelmente equilibrado.

Os 45 minutos finais, no entanto, foram de superioridade total da Argentina. E de Agüero. Aos seis, o atacante do Atlético de Madri invadiu a área e quase abriu o placar, sendo desarmado por Alex Silva. Um minuto depois, abriu placar à moda de Renato Portaluppi, escorando com a barriga um chute de Di Maria.

O Brasil ensaiou uma reação, com uma cobrança de falta de Ronaldinho na trave. Alexandre Pato, que havia entrado no lugar de Sobis, empurrou para as redes no rebote, mas o gol foi anulado pelo assistente, que marcou posição irregular. Depois disso, a Argentina foi senhora do jogo e o placar ficou até barato.

Aos 12, Messi fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro na pequena área. Livre, Agüero não teve trabalho para ampliar. Aos 30, o genro de Maradona sepultou qualquer esperança de reação brasileira ao ser derrubado por Breno dentro da área. Bola na marca da cal, Riquelme na cobrança, 3 a 0.

No final, a seleção ainda perdeu a cabeça com os gritos de “olé” vindos da arquibancada. Lucas fez falta por trás em Mascherano e recebeu cartão vermelho. Depois foi a vez de Thiago Neves, que havia entrado no lugar de Diego, ser expulso de campo. Menos mal que o fim do jogo estava próximo. E o fim da ilusão também.