Se o goleiro Júlio César partiu para o ataque e respondeu às críticas feitas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao grupo da Seleção Brasileira, Dunga preferiu adotar um tom mais brando. O técnico do Brasil evita polêmica com o presidente Lula, mas se mostra decepcionado.

- Cada líder se comporta de uma forma. O Aécio (Neves, governador de Minas Gerais), me ligou para dizer que está torcendo pelo Brasil. Tenho admiração pelo nosso presidente, que é um grande líder, mas gostaria que ele mandasse mensagens jogando o Brasil lá para cima, mesmo não concordando com o trabalho. O que posso fazer? Posso apenas sentir - lamenta.

Mas Dunga deixa claro que não gostou dos elogios de Lula ao argentino Messi, craque da seleção da Argentina e do Barcelona.

- Há uma grande rivalidade com a Argentina e o presidente talvez não saiba, mas eles não ganham nada desde 93, enquanto o Brasil venceu duas vezes a Copa América - avisa, mesmo ignorando as duas medalhas de ouro dos argentinos nas últimas edições dos Jogos Olímpicos.

Os elogios de Lula ao técnico Vanderlei Luxemburgo, comandante do Palmeiras e nome muito comentado para reassumir o cargo em seu lugar caso tropece diante de Chile e Bolívia, também foram minimizados por Dunga.

- O Vanderlei é um grande treinador. que já esteve na Seleção Brasileira. Quando se está aqui, tem de procurar fazer o melhor - desconversa.

Para acalmar as críticas do presidente e de grande parte da população brasileira, o técnico Dunga mandou um recado:

- O torcedor pode ficar tranqüilo e ter a certeza de que o trabalho está sendo feito com honestidade e dedicação. Esses jogadores são ídolos na Europa e elevam o nome do Brasil lá fora. É verdade que o resultado, às vezes, não é o esperado, mas nosso trabalho e nossa postura são de quem quer representar sempre bem o nosso país - conclui.