| 16/09/2008 13h45min
Para reduzir os índices de criminalidade em Porto Alegre, o comando-geral da Brigada Militar (BM) deflagrou na segunda-feira operação voltada para a apreensão de armas. A entidade confirmou ainda que estuda diminuir o efetivo da corporação dentro dos estádios de futebol em dias de jogos.
Denominada Cidade Segura, a operação com PMs do Batalhão de Operações Especiais (BOE) promete adequar a ação policial à realidade das ruas. A nova ação será orientada por um relatório que, a cada seis horas, apontará os cinco crimes mais cometidos e os locais onde ocorreram na Capital. Com as informações, a Brigada organizará um cronograma de barreiras nas horas subseqüentes. Serão entre cinco e sete blitze simultâneas.
Pelo menos pelas próximas semanas, a operação será suspensa no horário de partidas do campeonato brasileiro de futebol na Capital, quando os policiais do BOE são tradicionalmente remanejados para a segurança no interior dos estádios da dupla Gre-Nal – a cada jogo cerca de 150 policiais são envolvidos nessa ação. Algo que o comandante-geral da BM, coronel Paulo Roberto Mendes, quer rever:
– Não podemos mais colocar a maior parte do efetivo da Brigada na Capital dentro de um estádio de futebol, porque não é ali onde estão ocorrendo os homicídios, o tráfico e, sim, nas vilas. É preciso repensar isso – argumentou Mendes.
No sábado, um fato motivou Mendes a reabrir a questão internamente na corporação: policiais do BOE que auxiliavam em ação, após tiroteio entre duas quadrilhas, no Guajuviras, em Canoas, tiveram de deixar o local para fazer a segurança do jogo entre Grêmio e Goiás, no Estádio Olímpico.
– Isso é inadmissível – reforçou Mendes.
Intenção é criar pelotões para agir em distúrbios
Entre as propostas que estão sendo estudadas pelo CPC, está a criação de pelotões de pronto-emprego nos estádios. Seriam unidades compostas por, no máximo, 30 PMs que teriam a função de controlar distúrbios que fugissem ao controle da segurança dos próprios clubes.
– Assim é feito na Itália, por exemplo. É claro que o policiamento externo continuaria sob nossa responsabilidade – ressalta Vanin.
Para a Cidade Segura, o comando-geral da BM pretende contar com 75 PMs do BOE (50 PMs atuando durante o dia e 25 à noite). As barreiras, que começaram a ser feitas na tarde de segunda, são destinadas, principalmente, à abordagem de passageiros de táxis, lotações e ônibus.
– Queremos apreender armas e prender criminosos que se deslocam nesses tipos de transporte antes de cometerem crimes – afirma o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Jarbas Vanin, que reforça que as demais operações continuarão sendo feitas e ficarão a cargo dos batalhões locais.
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