O aviso vem dos rivais instalados no Beira-Rio: o Grêmio vai encontrar o gramado do Mineirão “fofo”, que é como os jogadores se referem à grama alta. Para especialistas, o importante não é o fato de o campo do Mineirão ser mais de mil metros quadrados maior do que o do Olímpico, mas as condições do gramado.

Também por isso, a receita contra o Cruzeiro muda: para a decisão de amanhã, há um pacote de medidas para o jogo do Mineirão.

Para piorar a situação, a meteorologia prevê chuva para quarta-feira, ou seja, além de alta a grama ficará pesada. Prevendo isso, o técnico Celso Roth surpreendeu ontem ao fechar o treinamento de antes do embarque para Belo Horizonte.

Conheça o esquema de jogo do Cruzeiro,
adversário do Grêmio nesta quarta

Fez um trabalho temático: exigiu marcação forte da defesa e rápidas saídas em contra-ataques. Para reduzir os espaços do Mineirão, pediu constantes trocas de passes e lançamentos ao ataque.

— É jogo fundamental. Se ganharmos, ficaremos com as mãos na taça — disse Roth.

A favor do Grêmio o experiente Souza vê a ansiedade do Cruzeiro. A derrota diante do Atlético-PR vai colocá-lo no ataque e isso é sinônimo de abertura de espaços.

— Quando tivermos a bola, é preciso fazer com que eles girem em campo, corram atrás de nós. Assim, com o gramado enorme, ficarão desgastados para o segundo tempo – ensinou Souza, de volta ao time. — É jogo para ser decidido no finalzinho, sem tentar ganhar logo de cara.

Palavra de quem esteve lá

Fábio Mahseredjian, preparador físico do Inter, que enfrentou o Atlético-MG, sábado:
— O problema não é a dimensão do Mineirão, mas o gramado mais fofo. Desgasta demais o jogador. Se um atleta perde em média dois quilos por jogo, no Mineirão, ele poderá perder até três quilos. Tudo se agrava se estiver chovendo.
Nilmar, atacante do Inter
— A grama do Mineirão é muito alta, deixa o jogo lento e segura a bola.