Afastado do grupo principal do Inter, o atacante Adriano preferiu não comentar a decisão da diretoria colorada. Na quarta, em casa, o jogador disse ter a “consciência tranqüila”, mas não negou as especulações de possíveis noitadas. Afirmou não estar autorizado pelo clube para falar sobre o assunto:

– Não quero comentar, porque, assim, eu falaria uma coisa, e a diretoria, outra. Então, vamos deixar assim. Segunda-feira, vou treinar e esperar a decisão deles.

De contrato até dezembro de 2011, Adriano treinará em separado até o final do ano, quando deverá ser negociado. Uma rescisão de contrato antes disso não está descartada.

Pouco antes do treino de terça-feira, ainda no vestiário, antes mesmo de se fardar, Adriano  foi chamado a um canto pelo vice de futebol, Giovanni Luigi. Recebeu ali o aviso sobre o afastamento. A razão do castigo é a suspeita de uma noitada no domingo.

A explicação de Luigi reforça a versão de que o afastamento de Adriano tem a ver com problemas fora de campo. Outra pista que reforça a hipótese da noitada partiu do próprio Luigi. Segundo ele, a punição nada tem a ver com o desempenho técnico.

– Havia um acordo com o clube e ele não cumpriu – resumiu o dirigente, sem dar detalhes.

Na início da manhã de 24 de novembro de 2007, um sábado, véspera de Inter e Palmeiras, no Beira-Rio, o atacante bateu o carro na zona sul de Porto Alegre. Alegou que estava indo buscar um amigo no Aeroporto Salgado Filho quando aconteceu o acidente. Desculpou-se com a direção. Depois, admitiu ter tido problemas de conduta este ano. Com o nascimento do filho, o jogador prometeu vida nova, disse que estava reabilitado e que não cometeria novos deslizes fora de campo.

Mas agora ele teria sido visto em casa noturna na Avenida Cristiano Fischer no domingo, um dia depois do 2 a 2 com o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Foi justamente o jogo em que Adriano perdeu um gol dentro da pequena área, aos 45 minutos do segundo tempo.