| 01/11/2008 18h16min
Aos 53 anos, formado em Educação Física, pós-graduado em treinamento científico, Beto Almeida (foto) vai encarar um desafio incomum a partir deste domingo. Até o dia 23, ele será técnico de dois times ao mesmo tempo. Vai tentar garantir o Brasil, de Pelotas, entre os quatro times que subirão para a Série B e, no mesmo período, continuará organizando o time do Veranópolis para o Gauchão do próximo ano.
– Não haverá problema – garante o tranqüilo Beto, casado com Sandra há 27 anos, pai do fisioterapeuta Matheus, 23 anos, hoje na China, e do especialista em vendas Emanuel, 27, técnico de futebol há 30 anos, mas pronto mesmo há quatro, segundo ele mesmo diz.
Foi tudo rápido. Beto conversou com os dirigentes do Brasil na noite de quarta-feira, acertou-se com o Veranópolis na manhã de quinta e, no início de sexta, viajou ao encontro do Brasil, que neste domingo enfrenta o Campinense, em Campina Grande. Na quinta-feira, poucas horas depois de definir seu contrato, ele
concedeu esta entrevista.
Como será possível ser técnico de dois times ao mesmo tempo?
Beto Almeida – Não é uma situação tão complicada. Se o Veranópolis estivesse treinando e fazendo amistosos, seria impossível. Mas estou apenas montando o grupo, sem treinos, sem nada. A temporada começa dia 1º de dezembro, e o Brasil precisa do meu trabalho deste domingo até o dia 23. Então, entre o fim e o reinício eu terei ainda uma semana para descansar.
E de onde surgiu esta idéia?
Beto Almeida – O Brasil me fez convite por intermédio do Neco Carvalho, que é muito amigo do presidente. Foi ontem (quarta-feira) à noite. Lembraram que tinham seis jogos e que depois eu voltaria para meu trabalho no Veranópolis. Acertamos tudo, mas faltava a concordância do Veranópolis, que saiu na manhã de hoje (quinta-feira). Meu compromisso é ir uma vez por semana a Veranópolis.
O que você conhece do time
do Brasil?
Beto Almeida – Por força deste meu trabalho no
Veranópolis, tenho viajado muito. Vi inúmeros jogos no Paraná e assisti também a duas boas partidas do Brasil na Série C, contra Campinense e Marcílio Dias. Alguns dos jogadores já trabalharam comigo, mas conheço quase todos.
Você já sabe como o Brasil poderá reagir e garantir esta vaga na Série B?
Beto Almeida – O Brasil chegou nesta condição de finalista com méritos. Fez uma campanha muito regular. Nesta etapa está irregular, não está conseguindo resultados positivos fora. É preciso ver dentro do grupo onde está o problema. Preciso saber o que os jogadores estão sentindo, no que podem melhorar. Por enquanto sem muito tempo porque só nos dois últimos jogos teremos uma semana cheia de treinos.
Será um período de muita conversa?
Beto Almeida – Conversa e treinamento em questões bem pontuais. Teremos de sair do vestiário com situações objetivas e compreendidas. É jogo
rápido.
Qual a importância dos xavantes?
Beto
Almeida – Uma das razões para o Brasil ser candidato à Série B é sua torcida. Vou tirar proveito disso, puxando o torcedor para o nosso lado. Junto com ele, crescem nossas chances.
No Juventude, em 2007, também foi uma situação de emergência?
Beto Almeida – Sim, o Juventude estava em último, destroçado. Tinha 48 jogadores. Os dirigentes achavam impossível ficar na Série A. Precisávamos ganhar sete partidas em 16. Pois bem, vencemos seis e empatamos duas. Nos faltou só uma vitória.
Não está na hora de você dar o grande salto na carreira?
Beto Almeida – Tenho 30 anos como técnico de futebol, mas me considero com uma carreira de quatro. Por quê? Desde que dei uma parada há cinco anos, voltei como auxiliar no Grêmio, depois fui coordenador da base e, a partir dali, fiz uma reciclagem. Quando voltei, era um técnico diferente, mais paciente, com nova metodologia.
Hoje, sou um treinador muito melhor do que nos outros 26 anos. Nunca tive pressa,
mas um dia vou dar o salto e aí não desço mais, posso garantir. Vou ter a minha chance.
Aflição
O horário de verão, que forçou a mudança na programação de jogos do Brasileirão, vai prolongar por algumas horas a aflição do torcedor neste domingo. O Grêmio enfrenta o Figueirense a partir das 19h10min, já no início da noite, portanto, mesmo horário de São Paulo x Inter. Nesta hora, torcedores e jogadores do Grêmio já saberão os resultados de três de seus maiores adversários: do Flamengo, que joga no sábado, de Palmeiras e de Cruzeiro, que têm confrontos às 17h. Será um domingo como poucos.
A propósito
É melhor (no caso do torcedor do Grêmio) saber antes os resultados de seus adversários ou isso aumenta a pressão?
Dúvida
O torcedor do Grêmio que estiver no Olímpico, no início da noite deste domingo, vai vibrar quando ouvir um gol do
Inter diante do São Paulo, no Estádio do Morumbi?
O mistério
Só em
São Paulo e, certamente, bem no fim do prazo limite, o mistério sobre o time do Inter deve terminar. Tite levará todos os titulares disponíveis, mas não confirmou ninguém. Na verdade, quando se fala em titulares, todos pensam naquele grupo diferenciado, formado por Índio, Guiñazu, D’Alessandro, Nilmar e Alex. A ausência de qualquer um deles é que tem peso. Destes, por enquanto, só Guiñazu está confirmado para este domingo, no Morumbi, contra o São Paulo.
Programão
Quem gosta de esporte não terá do que se queixar neste domingo. Às 15h, começa a decisão do Mundial de Fórmula-1, em Interlagos. Às 17h, os jogos entre os candidatos aos títulos do Brasileirão. E, pouco depois das 19h, as partidas da dupla Gre-Nal, aqui e no Morumbi.
FELIPE MASSA, piloto da Ferrari, segundo lugar no Mundial de F-1, ao falar sobre a decisão do título, neste domingo: O que mais quero é vencer, mas, como brasileiro e como pessoa, sei
perder
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