| 09/11/2008 18h58min
O Grêmio saiu do Parque Antárctica reenergizado, depois da vitória de 1 a 0, com um estranho gol de Tcheco. Afinal, os sete dias que antecederam a vitória sobre o Palmeiras foram de pressão. Tudo começou com as vaias pelo frustrante 1 a 1 em casa com o Figueirense, no domingo. Aquele Grêmio poderia ser campeão ou só brigaria por vaga na Libertadores?
A desconfiança levou 20 torcedores da Geral a tentar invadir o treino de terça-feira e cobrar os jogadores. O drama gremista aumentava, pois Léo não conseguia se recuperar da lesão no tornozelo, e passava a ser o sétimo desfalque da equipe.
No sábado, sob pressão, o Grêmio embarcou para a capital paulista. Já estava na cidade quando o São Paulo bateu a Portuguesa por 3 a 2 e foi a 65 pontos – abrindo cinco do Grêmio. A vitória sobre o Palmeiras era essencial. Mas o que aconteceu para que se chegasse a esse desfecho feliz?
Assista ao gol do jogo
1 – O desenho em campo
– Estamos vivos e vamos brigar até o final pelo título – disse Souza, após o seu melhor jogo pelo Grêmio.
A maior contratação do ano do clube voltou a ser colocada por Celso Roth na ala-direita. Foi bem melhor do que pelo lado esquerdo. Mérito do técnico, que soube reposicionar o jogador. Da mesma maneira que pensou bem o jogo, mantendo dois atacantes para deixar a defesa do Palmeiras sempre sob pressão.
2 – Conversa com jogadores
Apesar da convincente vitória, Celso Roth estava incomodado em sua entrevista pós-jogo. Acossado por cerca de 60 repórteres, em um recanto minúsculo do vestiário destinado ao adversário, o técnico foi breve em suas respostas. Questionado sobre a
pressão da torcida durante a semana e a sua contrariedade com a permissão dos dirigentes em
promover o encontro dos atletas com os torcedores, ele deu de ombros:
– Não houve pressão, tivemos uma semana de rotina. E assim será a próxima.
A brevidade nas respostas seguiu a linha adotada pelos jogadores em geral, que preferiram ressaltar a união do grupo como motivo principal para a vitória. Alguns como Tcheco chegaram a admitir que os jogadores se fecharam depois das pressões externas e se concentraram mais ainda no objetivo do título. Este foi o trabalho de muita conversa feito nos vestiários.
3 – Altos e baixos
Celso Roth ainda fez uma observação que explica a alternância de períodos de bons e maus desempenhos que afetam os times em um campeonato longo como o Brasileirão.
– Fizemos um grande jogo. Nas partidas anteriores, passamos por um momento de desequilíbrio. Algo que, por exemplo, atingiu o São Paulo bem antes. Por isso eles já estão equilibrados outra vez e
liderando o campeonato – comentou Roth.
4 – Trégua
política
Depois de uma temporada tumultuada pelas eleições presidenciais de outubro, o ambiente político voltou a se acalmar e os dirigentes parecem ter concentrado outra vez suas atenções nos vestiários.
Ontem, foi com um espírito leve que o presidente Paulo Odone se manifestou. Desta vez, ele acompanhou a delegação a São Paulo. Tomou o microfone das mãos do repórter Rafael Pfeiffer, da Grêmio Rádio, e ele próprio entrevistou o presidente do Grêmio.
– Esta vitória nos devolve a confiança, a auto-estima. Antes, tentávamos reagir e acabávamos “rateando”. Acho que isso acabou – disse Paulo Odone.
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