No próximo domingo, dois juízes gaúchos estarão em partidas que terão adversários do Grêmio em campo na luta pelo título do Brasileirão. Leonardo Gaciba apitará Flamengo e Palmeiras, no Maracanã, enquanto Carlos Simon estará no comando de São Paulo e Figueirense, no Morumbi. 

Mesmo com a pressão de apitar partidas importantes e que também interessam ao Tricolor, os dois se dizem bem preparados para a tarefa.

– Não vejo problema algum. No último final de semana, fiz Cruzeiro e Fluminense, que também envolvia disputa de título – comenta Gaciba. – Os quatro grandes centros estão com times envolvidos na disputa do Brasileirão. É onde estão, teoricamente, os quatro principais árbitros do país, tirando o Paraná – complementa.

Único brasileiro pré-selecionado para apitar a Copa do Mundo de 2010, Simon se disse preparado e motivado para apitar qualquer jogo. O juiz admitiu que São Paulo e Figueirense será uma partida difícil, mas garantiu que não está preocupado com a pressão.

– Nessa fase da competição não tem nenhum jogo fácil. O árbitro não tem que ter a preocupação da pressão ou ter que agradar A, B ou C – afirma Simon. – Entro em campo convicto do meu potencial e, evidentemente, procurando acertar 100%. O que vão falar não me preocupa – conta.

O comentarista de arbitragem da Rede Globo, Arnaldo César Coelho, não vê problema na escolha dos dois gaúchos. Pelo contrário, o ex-juiz acha que Simon e Gaciba estão mais do que aptos para serem os responsáveis por estas partidas.

– Se fossem gaúchos desconhecidos, eu ficaria preocupado. Mas é o Simon e o Gaciba, dois dos melhores árbitros brasileiros. Eles estão acima de qualquer suspeita. Acho que foi certa a escolha. Os dois estão muito mais preocupados com a carreira do que qualquer outra coisa – opina Coelho.

Para o ex-juiz e também comentaria Renato Marsiglia, a pressão em cima da arbitragem vai acontecer em qualquer circunstância, principalmente, em uma reta final de competição. Porém, ele admite que Simon e Gaciba podem sofrer pressão maior.

– É evidente que dois árbitros de estado com clubes envolvidos em decisão fazem com que as teorias conspiratórias se desenvolvam com maior facilidade. Por parte deles, não vejo problema nenhum. Já passei por essa situação. Vai haver reclamação, caso aconteça erro, sejam eles de qualquer estado – opina Marsiglia.

Para Simon, Gaciba, Coelho e Marsiglia, uma opinião é consenso: o Brasileirão de 2008 está recebendo uma pressão maior por parte dos clubes em cima da arbitragem. O motivo? Desde que foi implantada a fórmula dos pontos corridos, nunca a competição esteve tão equilibrada, com tantos times disputando o título.

– O campeonato ainda não está decidido. Em anos anteriores, o São Paulo disparou. Isso faz com que a pressão diminua. Agora temos cinco clubes disputando título e nove lutando para não cair. No momento em que todos os jogos são decisivos, eles acabam superdimensionados – finaliza Marsiglia.