| 14/11/2008 01h50min
Parte estratégica do material apreendido do Opportunity e do banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha, está sendo considerada "indevassável" pelas autoridades que atuam no caso. Reportagem da edição desta sexta-feira do jornal O Globo mostra que o acesso aos discos rígidos e documentos apreendidos nos computadores do banqueiro sob suspeita de conterem operações ilegais depende de senhas, que estão todas criptografadas. Cada senha teria cerca de um bilhão de combinações possíveis, já avisaram os peritos que atuam na PF.
Mesmo assim, sem parte importante das possíveis provas, o primeiro relatório da Satiagraha desenvolvido após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz, e que deverá embasar processo por lavagem de dinheiro, crime financeiro e outros supostos delitos do banqueiro, já foi concluído pelo delegado Ricardo Saadi.
O documento, de 249 páginas e cinco anexos, não contradiz os relatórios produzidos por Protógenes, apesar dos argumentos da própria PF,
que conduz outro
inquérito para investigar vazamento de informações e até a produção de provas ilegais na Satiagraha.
O procurador da República Rodrigo De Grandis recebeu o relatório na sexta-feira passada. Segundo apuração do O Globo, já há indícios para a denúncia de lavagem de dinheiro (pena de três a 10 anos de detenção, caso Dantas seja condenado), mas a falta de acesso aos discos rígidos ainda fragiliza a denúncia por crimes financeiros (três a 12 anos de prisão) e formação de quadrilha (um a três anos de detenção). Por isso, o MPF poderá apresentar as denúncias separadamente, mas ainda não definiu sua estratégia final no processo.
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