| 18/11/2008 10h07min
Eurico Miranda não é mais o todo-poderoso presidente do Vasco e quem manda em São Januário agora é o ex-atacante Roberto Dinamite. Ele jura que o clube não é mais como antigamente. Mesmo assim, o São Paulo não espera encontrar no domingo nenhum tipo de cortesia no território inimigo, onde tentará dar mais um passo em direção ao hexacampeonato.
A saída do antigo dirigente não significa que tudo no clube cruzmaltino tenha mudado. A força nos bastidores é o que mais preocupa os atletas são-paulinos. Motivo: o rival, na 17ª colocação, com 37 pontos, está ameaçado pelo rebaixamento.
— Não cabe aos jogadores falarem da força do Vasco nos bastidores. Cada clube tem o seu presidente, seus dirigentes. O que ninguém quer é ser beneficiado ou chegar ao final do duelo sentindo-se prejudicado — afirmou o goleiro e capitão são-paulino, Rogério Ceni, que aproveitou para fazer um pedido à CBF:
— É importante ter um árbitro experiente lá. Se o Vasco estivesse em
uma situação intermediária, talvez o
jogo fosse mais tranqüilo. Mas pode decidir muita coisa e espero que não haja influência de fatores externos.
Mesmo assim, o goleiro do São Paulo prefere dar menos importância ao que o time poderá sofrer fora de campo.
— Outros estádios também trazem dificuldades. Em São Januário é um pouco mais difícil o acesso (ao estádio), mas contamos com os órgãos competentes de segurança. O difícil mesmo é enfrentar o Vasco na casa deles.
O volante Hernanes garantiu que o São Paulo está preparado para tudo. O atleta não prevê facilidades no Rio, como tem de ser nessa fase de disputa.
— Já sabemos a guerra que será lá. É assim mesmo. É mais uma pedreira. E quando pensamos que poderíamos caminhar para algo mais fácil, a dificuldade continua.
Há menos de dois anos como titular, Hernanes já aprendeu que não é possível relaxar, mesmo com dois pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Grêmio — 68 a 66.
— Ainda não dá para apalpar o título. A próxima rodada pode mudar
tudo. Estamos na frente, mas a vantagem é pequena. Para o Grêmio, que está atrás, pode parecer uma eternidade.
Além do Grêmio, Hernanes mantém na disputa o Flamengo, com 63 pontos.
— No futebol, tudo pode acontecer, mas acredito que o título ficará entre os três mesmo, São Paulo, Grêmio e Flamengo — disse o volante, excluindo Cruzeiro e Palmeiras, que ficaram para trás, com 61 pontos, com as derrotas no fim de semana.
O atacante Borges é outro que não teme jogar no Rio, sob pressão da grande torcida do Vasco que deve lotar o estádio.
— Não temi nem a Bombonera, vou temer São Januário? Os jogadores do São Paulo são experientes, conquistaram títulos e está todo mundo pronto para jogar em São Januário.
O presidente Juvenal Juvêncio, contudo, não está nem um pouco preocupado com o que poderá acontecer em São Januário. O dirigente revelou que sempre foi bem tratado pelo colega Eurico Miranda.
—
Eu chegava em São Januário, tinha lá os seguranças truculentos, eu
mandava chamar o Eurico e avisar que estava lá. Aí ele me dava o camarote 32 e servia um queijinho. Era uma beleza! Eu espero que isso se repita agora.
Mesmo assim, ele admite que reforçará a segurança da delegação são-paulina para evitar contratempos. O superintendente Marco Aurélio Cunha, por sua vez, acha que mesmo depois da saída de Eurico "ainda há um resíduo comportamental" no Vasco e "coisas estranhas acontecem por lá".
— Mas não tememos nada. Temos um time experiente — diz o dirigente.
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