| 24/11/2008 17h50min
Das duas ligações diretas entre as capitais gaúcha e catarinense, a principal — a BR-101— está intransponível em quatro pontos. A saída para quem deseja ir de Porto Alegre a Florianópolis é transpor a serra via BR-116, uma rota cheia de curvas fechadas, de pista simples e, por isso mesmo, bastante perigosa. Risco que triplicou com o fechamento da estrada litorânea em função de desmoronamentos.
São necessárias no mínimo oito horas e meia para se deslocar entre as duas capitais. Isso porque o fluxo de veículos, que até o fim de semana se dividia entre as duas rodovias, agora está todo concentrado na BR-116. Com o agravante de que essa estrada não tem praticamente trechos duplicados, ao contrário da BR-101. Zero Hora levou as mesmas 8h30min para ir de Porto Alegre a Blumenau, epicentro da tragédia causada pelas enchentes catarinenses.
O grande problema da 116 é representado pelas carretas, carregadas de grãos, derivados animais e implementos agrícolas nessa época do ano.
Pesadas, elas trafegam
lentas pela rodovia de pista única, especialmente nas subidas — e o que não faltam são abismos nesse longo trajeto serrano. São pelo menos três grandes descidas e três grandes subidas de serra entre Porto Alegre e Blumenau, no eixo entre as BRs 116 e 470.
O primeiro trecho, para o vale do Rio das Antas. O segundo, para o vale do Rio Pelotas (divisa de Rio Grande do Sul e Santa Catarina). O terceiro, no vale do Rio Itajaí-Açú, o responsável-mor pelas cheias que devastaram o território catarinense esta semana.
Para piorar, a BR-116 está recebendo recapagem asfáltica em pelo menos cinco trechos, entre os dois Estados. O resultado é congestionamentos de até dois quilômetros se formam no entorno das obras, já que nesses pontos apenas uma pista é liberada para trânsito de veículos. A lentidão do deslocamento até Blumenau aumenta também em decorrência de verdadeiras crateras que se abriram no acostamento em função da enxurrada, principalmente na descida final da BR-470 pelo
Vale do Itajaí. Mesmo
diante da lentidão e da chuva ininterrupta, muitos motoristas agradecem a Deus pelo fato de nenhuma rocha ter despencado sobre sua cabeça ao longo do trajeto.
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