| 26/11/2008 10h19min
A chuva que já fez mais de 80 mortes em Santa Catarina tem seu nascedouro no aquecimento global.
— Isso é uma demonstração do que as mudanças climáticas são capazes, mesmo num Estado como Santa Catarina com o melhor sistema de Defesa Civil do Brasil — disse o especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre.
Convidado do Seminário Franco-Brasileiro de Mudanças Climáticas, Nobre considera inegável que o homem esteja influenciando as variações de temperatura do planeta, e de "uma forma sem precedentes na nossa história". Mais do que influir na amplitude das mudanças climáticas, o climatologista considera que o homem aumenta a velocidade do aquecimento pelo qual o mundo passa, e numa ordem de 50 a cem vezes.
Nesse cenário catastrófico, o Brasil pode desempenhar um papel muito importante, apesar de estar numa posição vulnerável, de acordo com o especialista.
— O Brasil ainda é um país em
desenvolvimento e tem 50% de sua população abaixo da linha
da pobreza, mas a redução de emissões no país não afetaria diretamente a sua economia — disse.
Nobre explica que 80% das emissões de CO2 da China, por exemplo, estão associadas diretamente ao crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB). Poluir menos, portanto, significaria diminuir o crescimento do país. No Brasil, contudo, 55% das emissões estão relacionadas ao desmatamento.
— Quando diminuir o desmatamento na Amazônia, o Brasil vai se tornar um dos países mais limpos do mundo, e sem que a sua economia sofra impactos negativos — garantiu.
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