| 04/12/2008 00h10min
Não foi acidente, mas crime. A convicção da Polícia Civil para explicar as mortes dos adolescentes Igor Rodrigues e Rodrigo Matos, de 15 anos, afogados no Rio Gravataí, no dia 21 de outubro, foi reforçada com o depoimento de uma testemunha, prestado nesta semana.
Nesta quinta-feira, quatro adolescentes com idades entre 15 e 16 anos, apontados como os suspeitos do duplo homicídio, serão submetidos a uma acareação na 2ª DP de Gravataí. Os investigadores pretendem fazer ainda uma reconstituição do crime. Só então o delegado Paulo Costa Prado admite solicitar as internações preventivas dos menores.
Uma espécie de pacto de silêncio sobre as mortes — antes explicadas como um afogamento acidental — foi quebrado mais de 40 dias depois, por uma testemunha, que revelou detalhes da história. Os dois adolescentes teriam sido agredidos e sofrido abuso sexual antes de serem empurrados pelo grupo para o rio.
— Temos informações de que o Igor tinha dívidas com um
traficante da região da Vila Rica
(vizinha à Vila Central, onde viviam os meninos). Ele estava jurado de morte. É possível que este grupo tenha sido o executor dessa morte — explica o chefe de investigações Adilson Silva.
Pela versão fornecida pela testemunha, ao ver Igor ser atacado, Rodrigo teria tentado defendê-lo, e também foi agredido. Depois das agressões, os dois adolescentes teriam sido empurrados para o rio. Quando tentavam voltar, eram mantidos longe da margem, empurrados com taquaras.
— Foi um crime premeditado. Eles saíram da vila para o rio com a intenção de matar — garante Adilson.
"Não estou convencido"
O comerciante Fernando Selau de Matos, 44 anos, já não chora. Mantém o jeito calmo de falar ao lembrar da morte do filho Rodrigo. Ele acompanha as investigações policiais e desde o início não se convenceu com as versões que antes eram contadas para o afogamento do adolescente e do amigo Igor, que o pai não conhecia. Na
verdade, ele ainda não se convenceu da hipótese apresentada
pelos investigadores.
— Ainda acho que esses guris estão escondendo alguma coisa. Tenho certeza que o meu filho foi assassinado, mas acho que eles estão acobertando o verdadeiro bandido dessa história — diz o comerciante.
Não é que a resposta para a morte do filho traga algum sossego ao pai, mas como ele mesmo afirma, a solução deste crime pode evitar outros tão cruéis.
— Eu só espero que a investigação continue firme.
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