| 05/12/2008 04h42min
Quando chegou ao Olímpico de carro para treinar e viu longas filas de torcedores enfrentando o calor dos primeiros ensaios do verão, uma mesma lembrança inundou a mente de Tcheco. Parecia aquela loucura da final da Libertadores contra o Boca Juniors. Talvez o capitão tenha exagerado um pouco na comparação, mas acertou na essência. Assim como em 2007, o gremista tem fé no título, ainda que só vencer o Atlético-MG, domingo, não baste.
Ontem, os 2 mil ingressos que restaram ao torcedor comum após esgotar-se o período de prioridade aos sócios foram liquidados em duas horas e 50 minutos. De nada adiantou os apelos da direção para ninguém mais ir ao Olímpico. Resultado: muito gremista para pouco ingresso. Muita gente que chegou cedo ficou sem entrada. A revolta não tardou. Com as bilheterias da Avenida Carlos Barbosa fechadas, um grupo indignado se dirigiu até a entrada principal, no Largo dos Campeões. Os seguranças não tiveram outra alternativa senão fechar o portão de ferro.
— Ingresso!
Ingresso! — gritavam cerca de cem torcedores, com os rostos por entre os vãos das grades.
— Eu queria dar um presente para o meu filho que passou no vestibular de Ciências Contábeis. E o duro é ver os cambistas desfilando maços de ingresso perto da gente. — lamentava José Tavares, um dos sem-ingresso.
Essa era a bronca principal. Os cambistas cobravam até R$ 150 por cadeira, que custavam R$ 40 (lateral) e R$ 50 (central) na bilheteria.
— É um problema universal. Não tem como controlar. Muitos são sócios e colocam uma rede de familiares e amigos para entrar na fila e comprar. É uma praga — lamentou o diretor administrativo Luís Moreira.
A previsão é de que o Olímpico tenha lotação máxima no domingo, com 45,9 mil pessoas. Além dos sócios com entrada livre, 20 mil ingressos foram colocados à venda — e esgotados ontem. Por isso, Tcheco lembrou da Libertadores.
— É empolgante chegar para o treino e ver a galera se
mobilizando. Aí, lembrei da Libertadores. São cenas assim
que alimentam o jogador. Eu disse para os mais novos. Não é todo o dia que acontece. Depois, vão sentir falta — justificou Tcheco.
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