| 11/12/2008 08h16min
Humphry Nijman caminha pela penumbra do saguão do Hotel Sheraton. O visual remete a um turista de férias: camiseta azul, bermuda e chinelos Rider. O físico lembra o de um jogador aposentado. De certa forma, ele é: largou as divisões menores da Holanda aos 26 anos devido ao rompimento do tendão de Aquiles direito. Mas ele segue no futebol. Há 16 anos, Nijman viaja o mundo em busca de novos talentos. O empresário de 51 anos é apenas um dos muitos estrangeiros que estão em Porto Alegre de olho na gurizada do Brasileirão Sub-20.
Passa das 13h de quarta-feira. Nijman senta em um sofá ao lado dos empresários Fernando Otto e César Behling. O trio observa lances de alguns jogadores em um laptop. Não são os únicos. A entrada do Sheraton é uma babel.
No restaurante, nas demais mesas do hall, nas poltronas, olheiros e empresários falam, quase sempre, sobre futebol. Jorge Machado entra no local e cumprimenta todos. São espanhóis, holandeses, alemães e até turcos. Quem não está hospedado no Sheraton, registrou-se em outros hotéis próximos ao Parcão: o Quality Inn, em frente ao Parcão, e o Mercure Manhattan, na Rua Miguel Tostes.
– Tem gente aqui do Sevilla, do Real Madrid, do Valladolid, do Ajax, do Hertha Berlim – conta Otto, que cuida dos negócios de D’Alessandro no Brasil.
Nenhum deles busca algo específico. O objetivo é fazer um banco de dados dos jogadores. Por isso, na quarta o grupo de olheiros se instalou nas cadeiras do Estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre, para assistir a Corinthians e Coritiba e Grêmio e Náutico, pelo sub-20. Quem se destacou ou mostrou características procuradas pelo futebol europeu será acompanhado de perto durante o próximo ano.
O argentino Angel Moretto, de 33 anos, olheiro da italiana Juventus na América do Sul, explica que o foco são os mais jovens por uma singela razão: geralmente são jogadores mais baratos e mais fáceis de seduzir. Porém, ele não está impressionado. Nenhum dos senhores empresários está. Mas isso não significa que os olheiros e empresários deixarão a Capital sem negócios. Pelo menos é o que garante um observador do Lille, da França, que no mesmo horário acompanhava Fluminense e Ipatinga na Morada dos Quero-Queros, em Alvorada:
– Mesmo com o nível do torneio um pouco abaixo, ainda podemos achar alguns bons jogadores.
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