A 84ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, a última prova do ano, realizada dia 31 de dezembro, vai render um prêmio gordo para quem completar o seu percurso, de 15 quilômetros, em primeiro lugar. O comitê organizador distribuirá premiação total de R$ 168,5 mil aos destaques da tradicional competição. Em 2007, o vencedor foi Robert Cheruiyot, do Quênia.

Mas não são somente os profissionais que têm vez na prova, e, dentre os populares, estão alguns catarinenses que prometem brilhar, ao seu estilo, sem necessidade de resultados. Eles vão correr junto com outros milhares de anônimos que incrementam a grande tradição desta prova consagrada no calendário internacional.

No caso dos recordes, estes já duram mais de uma década: a melhor marca masculina é do queniano Paul Tergat, estabelecida em 1995, com 43min12seg, e a recordista entre as mulheres é a também queniana Hellen Kimayio, com 50min26seg, tempo anotado em 1993. Portanto, dura 13 anos a melhor marca masculina, e 15 anos, o melhor resultado feminino.

Enquanto os campeões, no masculino e no feminino, receberão R$ 25 mil cada, e ainda terão direito a um bônus de R$ 20 mil caso quebrem os recordes da prova, têm expectativa bem mais modesta nomes de Santa Catarina como Marcos Alexandre e Osni, de Florianópolis.

Sonho realizado

Quando for dado o tiro de largada para o início da Corrida de São Silvestre, Osni Frech Junior conseguirá, finalmente, colocar em prática um plano que já vem sendo idealizado há uma década. Todo final de ano, alguma circunstância impedia que o professor de Educação Física participasse do evento.

Agora, com a passagem aérea comprada e a hospedagem garantida na capital paulista, nada fará com que ele perca a prova de corrida de rua mais famosa do Brasil.

– Nem que eu vá a pé para São Paulo, estarei lá na hora da corrida – brinca Osni, que, durante todo o ano treinou quatro horas por semana para se preparar não apenas para a São Silvestre, mas também para a Volta à Ilha e a Volta à Lagoa da Conceição.

E enquanto não chega o dia da prova, a ansiedade será a parceira de Osni.

– Estou ansioso por ser uma prova conhecida. Desde moleque eu acompanho esta prova, todo dia 31 – comenta.

Para superar o desafio, Osni terá a companhia de mais quatro parceiros de corrida. Entre eles, está o advogado Marcos Alexandre da Silva, de 26 anos, que já tem no currículo a São Silvestre de 2006. O que ficou na memória dele em sua estréia foi o caráter festivo da corrida. Muitos atletas correm fantasiados. Na ocasião, até o Bom Velhinho estava presente.

– Só consegui passar o Papai Noel no oitavo quilômetro – lembra, dando risadas.

Corrida começa para valer a partir do quinto quilômetro

Com a experiência de quem já correu uma São Silvestre, Marcos Alexandre sabe que, para quem gosta de correr, a diversão começa a partir do quinto quilômetro, quando os 20 mil participantes começam a se dispersar.

O advogado começou no esporte há 10 anos, com o objetivo de perder peso, e hoje não consegue ficar longe dos eventos de corrida. A vontade de disputar a São Silvestre surgiu ao assistir à prova na televisão e ver as lindas imagens que são produzidas.

– Eu olhava aqueles caras correndo, então eu pensava que eu também poderia fazer isto – enfatiza.

Organização anuncia presença de 20 mil corredores

Para os segundos colocados de ambas as provas, o cheque tem a metade do valor dos campeões (R$ 12,5 mil), enquanto os terceiros colocados receberão R$ 7 mil.

Além deles, até o 10º na classificação geral terá direito a premiação em dinheiro, o que promete aumentar bastante a competitividade no pelotão de frente. Haverá, ainda, um prêmio especial para os técnicos dos cinco primeiros colocados, no total de R$ 10,5 mil.

A São Silvestre feminina começa às 15h15min, enquanto a disputa masculina está marcada pontualmente para as 16h52min. Os organizadores anunciam a participação de 20 mil corredores durante a disputa, que repete o percurso das últimas temporadas, com largada e chegada na Avenida Paulista, e passagem por diversos pontos do Centro de São Paulo.