| 15/03/2003 13h21min
A rápida rejeição norte-americana ao último esforço do Chile e de outras nações para acabar com o impasse sobre a resolução a respeito da guerra com o Iraque indicou que as negociações na Organização das Nações Unidas (ONU) estão longe de terminar, segundo avaliação de diplomatas.
Depois de semanas tentando obter maioria entre os 15 integrantes do Conselho de Segurança da ONU para apoiar uma resolução norte-americana, britânica e espanhola que abra caminho para a guerra, a administração do presidente norte-americano George W. Bush conseguiu apenas o apoio público da Bulgária.
A Casa Branca anunciou que Bush iria se reunir, no domingo, com Tony Blair e José María Aznar, primeiros-ministros, respectivamente, da Grã-Bretanha e da Espanha, para determinar se ainda há espaço para a diplomacia.
Mas, nos corredores das Nações Unidas muitos diplomatas dizem acreditar que o encontro significa a contagem regressiva para a guerra e que a resolução deve ser retirada para evitar uma derrota humilhante.
Uma proposta do Chile, um dos membros rotativos do conselho, que visava dar mais três semanas para que o Iraque se desarmasse, foi rejeitada quase que imediatamente pelo porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Os outros cinco países indecisos – México, Paquistão, Angola, Camarões e Guiné – disseram não ter chegado a uma posição comum.
Um encontro entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm poder de veto, foi cancelado, indicando que, de fato, não há muito a ser feito.
O único sinal de otimismo veio do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que declarou a repórteres:
– Não acaba até acabar. Eu ainda tenho esperança.
A resolução apoiada pelos EUA dava ao Iraque até segunda, dia 17, para se desarmar ou enfrentar a guerra. A Grã-Bretanha sugeriu uma série de quesitos que Saddam Hussein deve preencher para evitar a guerra e mostrou disposição para aumentar o prazo em dez dias. Mas a França e a Rússia rejeitaram a proposta imediatamente.
O Chile, baseado na proposta britânica, sugeriu que o Conselho de Segurança estabelecesse um prazo de três semanas; depois disso, outra resolução precisaria ser tomada para permitir ou não a ação militar.
Enquanto isso, o Iraque enviou ao inspetor-chefe de armas da ONU, Hans Blix, um documento de 25 páginas, escrito em inglês e em árabe, a respeito do gás letal VX, respondendo a um pedido feito por causa de discrepâncias em documentos anteriores. O embaixador do Iraque na ONU, Mohammed Aldouri, disse que mais um relatório a respeito do antraz também será entregue em breve.
Com mais de 250 mil soldados norte-americanos e britânicos posicionados para invadir o Iraque, Bush diz que partirá para a guerra com ou sem resolução da ONU. Blair, no entanto, quer a aprovação do órgão internacional por causa do grande sentimento antiguerra que se dissemina em seu Partido Trabalhista e entre a população de seu país. As informações são da agência Reuters.
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