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As duas centrais sindicais mais importantes do país – Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical – concordam que falta ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva um projeto para a reforma da Previdência. Ainda assim, a CUT, ligada ao PT, mantém seu apoio ao governo.
– O governo foi eleito para governar. Deveria apresentar uma proposta (para a reforma da Previdência) – disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, durante sua participação em seminário sobre a reforma da Previdência realizado nesta segunda, dia 17.
Para ele, o governo quer encontrar as propostas para a reforma nas reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, mas o sindicalista afirma que o órgão, composto por integrantes de vários segmentos da sociedade civil, é marcado por posições divergentes.
– Nesse caminho, não vamos chegar a lugar nenhum.
As duas centrais participam do Conselho.
João Felício, presidente da CUT, ironizou as posição da Força em relação ao governo Lula, lembrando o apoio da central à administração de Fernando Henrique Cardoso.
– Eu e o Paulinho temos nossas divergências. Ele demorou oito anos para descobrir que o governo de Fernando Henrique era ruim e em dois meses já quer avaliar o governo Lula – afirmou Felício no seminário.
Mesmo assim, Felício admite que o governo deveria ter formulado uma proposta para depois iniciar o debate.
– Houve um erro – resume ele, lembrando que que o apoio da CUT ao governo é realizado com autonomia. Disse tambpem que um documento interno da central que vazou na imprensa mostra esta posição.
No documento, a central avalia que o governo Lula não tem um projeto claro das reformas prioritárias, o que estimularia o debate.
– Apoiamos o governo Lula e não estamos arrependidos. Mas a CUT não será aparelho de Estado – afirmou Felício.
As duas centrais concordam sobre a necessidade de realização da reforma da Previdência. Basicamente, a CUT defende uma previdência única e universal, teto de 20 salários mínimos (hoje, R$ 4 mil), administração quadripartite do sistema – governo, empresários, trabalhadores e aposentados – e manutenção da aposentadoria por idade.
A Força Sindical também é favorável a um sistema único para servidores públicos e empregados da iniciativa privada, mas sugere teto de dez salários (R$ 2 mil). Atualmente o teto está em R$ 1.561.
O governo, que espera enviar a reforma da Previdência ao Congresso antes de maio, já não trabalha mais com a possibilidade de implantar o sistema único. As informações são da agência Reuters.
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