| 05/01/2009 05h11min
Que me desculpe o André Krieger, mas justificar a saída de Rodrigo Caetano por um suposto anseio do profissional por novos desafios é quase uma afronta ao bom senso. Que vantagens poderia oferecer o Vasco da Gama, semifalido, estrutura precária, rebaixado, que o Grêmio não pudesse compensar, amplamente?
Rodrigo Caetano faz parte de um seleto e diminuto grupo de profissionais que o futebol brasileiro, cada vez mais, está buscando. O tempo do dirigente amador está perdendo espaço para executivos que dominam a legislação, tem visão aguçada para a descoberta de novos talentos e desenvolvida capacidade de organização. Caetano reúne todas estas virtudes e mais algumas como formação acadêmica, seriedade, responsabilidade e apurada técnica de relacionamento.
Logo após a realização das eleições executivas do Grêmio, começou a circular a informação de que os vencedores pretendiam nomear um dirigente amador para coordenar todas as categorias formadoras do Grêmio. Rodrigo Caetano
teria a sua autoridade
restringida, o que contrariava o seu projeto de seguir dirigindo este setor, segundo as suas bem sucedidas convicções. Entendem-se os planos dos vitoriosos, todos amadores: é preciso encontrar cargos para os amigos e correligionários. Nem que esta histórica distorção signifique a perda de um profissional do gabarito de Rodrigo Caetano.
O repórter Rafael Antoniucci pesquisou e descobriu que o Grêmio, desde que Caetano assumiu as categorias formadoras do clube, já arrecadou mais de 28 milhões de euros em vendas de jogadores formados sob a sua orientação. Não é coisa pouca.
Se o Grêmio estivesse perdendo este profissional para o São Paulo, Barcelona, Manchester United ou outro gigante do futebol mundial, caberia conformidade. Mas, para o Vasco da Gama? Dizer que não é possível cobrir a oferta vascaína é, sim, um peludo mico que o Grêmio está pagando. Mesmo que Mauro Galvão seja o substituto escolhido. O ex-zagueiro é figura querida e respeitada. Mas demorará algum tempo
para que Galvão vire um
Caetano.
— TAISON, ARMADOR? — Tite está assumindo um desafio: provar que Taison é meia-armador e não atacante. Se o treinador colorado conseguir demonstrar que está certo, terá o meu imediato reconhecimento. Mas, por enquanto, analisando as características do garoto, não consigo vê-lo como meio-campista. Sua velocidade vertical, seu drible surpreendente e o seu atrevimento indicam que o seu lugar é no ataque. Não sabe chutar? Ora, é menos difícil aprimorar a conclusão do que desenvolver as virtudes básicas de um armador. Taison é um solista e não um organizador. Até que Tite prove o contrário.
— NILMAR É SEGUNDO — Na equipe júnior do Inter, Nilmar era segundo atacante, quase um ponteiro-direito. Vinha de trás, como acontece até hoje. É verdade que ele evoluiu mas ainda não está demonstrado que o ataque colorado não funcionaria bem com um centroavante mais adiantado e Nilmar vindo de trás.
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