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 | 07/01/2009 04h58min

RS passa a ter três árbitros no quadro da Fifa

Explicação para o sucesso passa pelo estilo de arbitragem

A julgar pelos últimos anos, pode-se dizer que há dois atalhos para um árbitro alcançar o cobiçado quadro da Fifa. O primeiro é ser gaúcho, caso de Carlos Simon, Leonardo Gaciba e Leandro Vuaden. O outro é apitar como eles, sem marcar falta ao primeiro encontrão e, conforme o jargão consagrou, deixar o jogo correr.

Da escola gaúcha, o próximo a se destacar em âmbito nacional, apontam as informações de bastidores, é Márcio Chagas, 32 anos. Só São Paulo, que tem mais times grandes, mais população, mais dinheiro e, por isso, mais árbitros em seus quadros, consegue ter três representantes com o escudo Fifa. O Rio de Janeiro, um dos centros históricos do futebol brasileiro e sede da CBF, por exemplo, só tem um. Ao todos, são 10 os brasileiros na Fifa.

– É um sinal – orgulha-se Simon, que vai para a sua terceira Copa do Mundo. – O pessoal vai pensar: “Olha onde esses caras chegaram”. Aí, vão copiar quem?

Há explicações para o sucesso gaúcho. A primeiras delas está no estilo. A Fifa quer mais bola rolando, sem que isso signifique mais violência. No Brasileirão, ninguém parou menos o jogo do que Simon e Vuaden. Simon tem a menor média de faltas marcadas: 29,3 por partida (em 20 jogos). Vuaden vem a seguir: 29,4 (17 jogos).

– É um processo. Depois daquele Palmeiras x Fluminense, que foi bastante falado, lembro que escutei um comentarista afirmar: “Não adianta cair que o Vuaden não vai dar falta” – diz Vuaden, integrante da Fifa desde segunda-feira.

Outro fator é a estrutura. Não apenas da comissão de arbitragem, que mantém reuniões e atualizações permanentes, mas também do sindicato. Com seis subsedes (Pelotas, Bagé, Santa Maria, Caxias do Sul, Ijuí e Cruz Alta), o sindicato atua como reforço nas “categorias de base”. Vuaden, por exemplo, passou cinco anos atuando em Carlos Barbosa em torneios patrocinados pela entidade antes de entrar no Gauchão.

– Agora, não tem mais para ninguém. Quero ver o que vão dizer da gente – brinca Gaciba, eleito pela quarta vez seguida o melhor árbitro do Brasileirão.

O trio gaúcho na Fifa
CARLOS SIMON
Onde nasceu: Braga (RS)
Idade: 43 anos (3/9/1965)
Profissão: jornalista
Árbitro: desde: 1986
Fifa: desde 1997
LEONARDO GACIBA
Onde nasceu:
Pelotas (RS)
Idade:
37 anos (26/6/1971)
Profissão: professor de educação física
Árbitro: desde 1993
Fifa: desde 2005
LEANDRO VUADEN
Onde nasceu: Estrela (RS)
Idade: 33 anos (29/06/1975)
Profissão: comerciante
Árbitro: desde 1997
Fifa: desde 2009

ZERO HORA
Diego Vara  / 

Na sede do sindicato: Leandro Vuaden (E) é desde segunda-feira árbitro da Fifa; Carlos Simon vai para sua terceira Copa do Mundo
Foto:  Diego Vara


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