| 12/02/2009 17h02min
O ex-vice-presidente de marketing do Vasco José Henrique Coelho explicou item por item as acusações que fez em sua carta-denúncia, entregue nesta quarta ao presidente Roberto Dinamite. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta no Rio de Janeiro, o dirigente afirmou que o vice-presidente de futebol, José Hamilton Mandarino, permitiu a criação de um "caixa dois", e que Dinamite promovia nepotismo.
– O presidente Roberto Dinamite contratou o seu genro Gerson para a prática de logística do futebol. Os valores não são do meu conhecimento. Mesmo que fossem valores de mercado, denúncias internas dizem que não são. É uma coisa estranha. O atual secretário da presidência é o seu cunhado Leonardo Marins, que veio do seu gabinete da Alerj – disparou Coelho, que citou mais exemplos de nepotismo. – Ainda tentaram contratar um outro cunhado. Queriam que ele fosse o fotógrafo do Vasco. Na pré-temporada, o Vasco não tinha como mandar toda a sua equipe de assessoria de imprensa, mas esse cunhado foi levado para o Espírito Santo para fazer este serviço.
O ex-dirigente ainda revelou estar preocupado com o cumprimento das obrigações salariais com o elenco e com a comissão técnica durante a temporada. Ele citou até mesmo os vencimentos do técnico Dorival Júnior, achando os valores exagerados.
– Peço desculpas ao Dorival, mas a sua contratação é a mais cara da história do Vasco em termos de treinador. O salário de R$ 280 mil mensais, mais um prêmio de R$ 1,2 milhão pela volta do time à Série A. Isto é insuportável – declarou.
Coelho comparou José Hamilton Mandarino a Amadeu Pinto da Rocha, vice-presidente geral do Vasco durante a gestão de Eurico Miranda. Segundo ele, o atual vice de futebol do Vasco alterou dados do orçamento do clube na época em que era o vice financeiro.
– Mesmo com as receitas novas, contando com as receitas de licenciamento, ainda assim teríamos um prejuízo de R$ 7 milhões. Qual foi a ordem do vice-presidente financeiro, na época o Mandarino? Ele mandou apagar alguns débitos até que se chegasse a um lucro de R$ 6 milhões. O orçamento serviu para enganar o conselho – declarou Coelho.
Em relação ao "caixa dois", Coelho afirmou que Mandarino, juntamente com o tesoureiro do clube e Agostinho Taveira, que representa a direção entre as torcidas organizadas, ficavam com parte dos ingressos, sem prestarem contas. Segundo ele, os valores variam entre R$ 1.000 e R$ 10 mil.
– Alguns dirigentes disseram que é assim mesmo, que as organizadas eram violentas. Eles temeram pelos cargos que foram empossados – declarou Coelho.
As informações são do site Globoesporte.com.
Presidente Roberto Dinamite (à esquerda) teria praticado nepotismo no Vasco
Foto:
Marcelo Sadio, divulgação
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