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 | 20/02/2009 04h41min

Temperamento explosivo de D'Alessandro preocupa direção do Inter

Segundo Giovani Luigi, argentino precisa estabelecer um limite para seus protestos

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

O temperamento explosivo de D'Alessandro preocupa o Inter. Direção e comissão técnica já constataram que os jogadores das outras equipes buscam provocar o argentino com divididas mais fortes durante as partidas. Foi assim contra o União, em Rondonópolis. O temor é de que o meia seja expulso por revidar ou reclamar excessivamente dos árbitros.

Segundo Giovani Luigi, D'Alessandro precisa estabelecer um limite para seus protestos. O diretor de futebol observa que o jogador, por não ter completado ainda um ano no país, enfrenta dificuldades de adaptação. Ainda assim, percebe uma evolução em suas atitudes dentro de campo. Uma prova foi o fato de não ter reagido no Gre-Nal de Erechim, quando foi atingido na boca por um chute de Souza.

— Na verdade, já estamos observando uma melhora dele em termos de comportamento. Em alguns momentos, essa reação dele é até positiva. Uma equipe não pode ter 11 jogadores totalmente quietinhos — entende Luigi.

A situação também preocupa o vice de futebol Fernando Carvalho. Ele argumenta, contudo, que reclamar é uma característica de jogadores argentinos. Ao rebater a crítica de que D'Alessandro tivesse se excedido nos protestos em Rondonópolis, o dirigente descartou, por enquanto, qualquer tipo de advertência.

— Ele está mais do que avisado de que vão tentar provocá-lo. Sempre que exorbitar, terá chamada a atenção. Mas não foi o caso do jogo em Rondonópolis — afirma.

O jogador tenta fazer sua parte. Ontem, em conversa informal com jornalistas no trajeto entre o vestiário e o estacionamento, D'Alessandro admitiu que, por vezes, se expõe às provocações dos jogadores das outra equipes. Sorridente, garante que tem tentado fugir das "armadilhas".

— Vou procurar falar menos, mas não posso deixar de falar. Até porque nunca ofendo ninguém— defende-se.

Contra o União, sua revolta não foi com as entradas mais ríspidas dos marcadores, mas, sim, com a atitude do árbitro.

— Antes de 10 minutos, ele (o árbitro Sandro Meira Ricci) se dirigiu ao Tite e disse que era para eu ficar calado. E eu já havia recebido cinco "chegadas" dos adversários. Entrem no campo para ver como é — brincou.

Considerado o melhor amigo de D'Alessandro no Beira-Rio, Taison sai em defesa do argentino.

— Quarta-feira, ele passou o jogo todo apanhando. E o árbitro não fez nada.

Dono de alta qualidade técnica, D'Alessandro sofre severa marcação durante as partidas. Irritadiço, costuma estender a discussão com seus marcadores. Desde a chegada ao Inter, em agosto, foi expulso duas vezes. Confira alguns episódios polêmicos em que se envolveu.

24/9/2008
Em jogo contra o Universidad Católica, em Santiago, pela Copa Sul-Americana, D'Alessandro é expulso do banco por ter xingado o auxiliar Mauricio Espinosa.

6/11/2008
Na Bombonera, mantém, durante dois minutos, um bate-boca com o atacante Mouche, do Boca Juniors. Ficam cara a cara, como se fossem brigar. Preocupado, Tite o substitui um minuto depois por Gustavo Nery.

25/1/2009
D'Alessandro é expulso de campo após envolver-se em confusão com Jonas, do São José, em jogo válido pelo Gauchão. O Inter reclama de erro da arbitragem.

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