| 17/03/2009 06h58min
Os homens do futebol do Inter têm uma semana para conversar com Taison. O fato não teria essa transcendência nervosa se não fosse Taison, a última revelação do time. O fato de ser o goleador, dividindo a liderança com Sandro Sotilli, do São José, ambos com 10 gols, o Inter com 14 jogos já feitos no Gauchão, torna a questão ainda mais sensível. Goleada é preciosidade, sempre foi. Taison Barcellos Freda ingressou no imaginário do torcedor, sobretudo dele, que é o portador de toda a imaginação coletiva, como uma benesse que às vezes o futebol é capaz de produzir. Isso conta muito, não é conquista que se possa pôr de lado e esperar um melhor momento para retomá-la. É uma dessas experiências abusivas, sempre presente, sempre exigente. Por isso, Tite está sendo criticado: porque substituiu Taison quando faltavam 10 minutos de jogo e ele havia feito o único gol, reprocessando um chute de Alex, de fora da área, com potência. Não é que seja intocável, mas se trata de uma preciosidade do
torcedor.
Taison nem estava jogando bem (afobado, individualista, apressado e complicado) o que, pelo crédito que já adquiriu, que sempre é um perdão tácito, tinha uma importância secundária. É assim que se trata nas arquibancadas pessoas como Taison. E esse fato é todo o assunto que os homens do futebol do Inter, isso é, do presidente ao roupeiro, têm uma semana para dar forma. Domingo o time entra em campo de novo. Com Taison preferentemente.
Prudência, prudência
O desejo do torcedor de ver seu time com todos os titulares em campo em todos os jogos, importantes ou não, é um desejo absolutamente compreensível. Ninguém consegue reanimar a sua paixão com quem não seja titular nos espaços afetivos que estão em jogo. Seria incompreensível se não fosse assim. A paixão pelo primeiro jogador só se transfere em escala menor para os outros. Esses, nunca serão a plena representação dessas credenciais exigidas pelo
torcedor.
Enfim, penso nisso porque o Grêmio decidiu com clareza
que a Libertadores deve ser preservada de todo e qualquer problema e que só no Gauchão pode correr riscos. O time misto ou mesmo reserva vai se repetir numa poupança dos primeiros do time, que descansam, ativam a musculação, acrescentam novos exercícios e descansam em piscina de água gelada.
O núcleo duro do time é de quase 11 jogadores, pensando bem. Talvez Rafael Marques, o terceiro zagueiro, possa ser questionado, e um dos atacantes, ou Alex Mineiro ou Jonas. Mas a experiência com Réver como terceiro zagueiro adiantado, assumindo assim funções de zagueiro, de líbero e de volante, deveria ser melhor ajustada. Mas, convenhamos, são pequenos ajustes que o receio de não passar do ponto ou ser submetido a uma fatalidade de jogo aumentam um pouco.
Mas é só isso, prudência só não teve o marinheiro que deu na praia.
Batti
A escultura de João Bez Batti Filho exige a mesa limpa, mas prescinde de cadeiras em
volta, requer um pouco de luz colhida de forma indireta por uma
meia janela ou porta entreaberta, e recomenda tempo de fruição porque se trata de uma escultura que segue a linha vivida do basalto. E os basaltos na forma de seixo ou pedra tem cores, espelhos, correntes e a doçura das curvas de quem rola ou envelhece nas águas do rio ou na amurada das subidas. Já estive na casa de pedra dele sob o olhar solidário da esposa Maria Schirley, já conversamos bastante e sobretudo curtimos os silêncios do seu atelier ao ar livre, debaixo das árvores, entre os bichos, gatos e outros. Hoje estaremos juntos na Rádio Gaúcha, está sendo lançado o livro que trata dele e de sua obra, um ato carinhoso do fotógrafo que a tudo acompanha, Valdir Ben, e de Antonio Fernando de Fransceschi, que faz texto e compreende.
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