| 17/03/2009 07h59min
A Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD) está mobilizada desde sábado em busca do paradeiro do zagueiro do Grêmio Mário Figueira Fernandes, desaparecido na sexta-feira. Com 18 anos, recém-contratado junto ao São Caetano, o jogador teria deixado Porto Alegre, sem autorização do Grêmio, e viajado para Londrina (PR) e Florianópolis (SC). Sem notícias do paradeiro do atleta, familiares entraram em desespero, suspeitando de que ele pudesse ter sido sequestrado, hipótese descartada ontem pela Polícia Civil.
– Tenho convicção de que ele está vivo e não foi vítima de extorsão mediante sequestro ou sequestro relâmpago – garantiu o delegado Bolívar Llantada.
A certeza da polícia de que Mário está vivo se baseia em imagens captadas pelo circuito interno de TV de uma agência do Santander, em Florianópolis. Às 10h de segunda-feira, Mário foi a um caixa eletrônico, sozinho, de bermuda, camiseta e chinelo de dedo. Teria sacado R$ 600, mesma quantia retirada na sexta-feira, em Porto Alegre, e no sábado, em Londrina. O jogador não tem parentes nem amigos em Porto Alegre e nunca morou em Londrina ou em Florianópolis.
O desaparecimento do zagueiro foi percebido pela direção do Grêmio no sábado pela manhã, após ele faltar a um treino. Preocupados, dirigentes do clube procuraram empresários do atleta para avisar do sumiço. A família foi informada. Mais tarde foram até o apartamento onde o zagueiro está morando desde terça-feira passada – em um prédio na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua André Belo, no bairro Menino Deus, alugado pelo Grêmio. O imóvel não apresentava sinais de anormalidade. Estavam lá roupas, o celular e documentos do jogador – exceto a carteira de identidade.
A polícia investiga a possibilidade de o jogador ter ido de avião para o Paraná e, depois, para Santa Catarina. Imagens do aeroporto Salgado Filho foram solicitadas à Infraero. Elas podem mostrar se Mário embarcou em algum voo e se estava sozinho.
Na noite de sábado, o gerente executivo do Grêmio, Mauro Galvão, registrou o desaparecimento na 2ª Delegacia da Polícia Civil (bairro Menino Deus). O caso foi repassado para a delegacia, que iniciou as buscas. Estabelecimentos com serviço de internet foram vasculhados no entorno do Menino Deus, mas ninguém viu Mário. No domingo, o pai do atleta, Mário Pércio Fernandes Filho, 43 anos, desembarcou em Porto Alegre e depôs.
– Estamos em pânico – resumiu o sentimento da família, Danilo Fernandes da Silva, primo do zagueiro, falando por telefone de São Caetano.
À tarde, na polícia, o pai de Mário reconheceu o filho na imagem do banco em Florianópolis. O empresário do jogador Jorge Machado confirmou que o jovem morava sozinho na Capital e que sua mãe viria morar com ele. Machado disse que o pai do jogador havia chorado e rezado muito.
A direção do Grêmio evitou falar publicamente sobre o caso. Nos bastidores, dirigentes se mostraram assustados com o comportamento do atleta.
– Tudo o que sabemos é o que a polícia nos passa. Esperamos o retorno do jogador – disse o diretor de futebol do Grêmio, Luiz Onofre Meira.
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