O presidente Vitório Piffero e o vice de futebol Fernando Carvalho não escondem que para equilibrar as finanças do Inter vão ter que vender pelo menos mais um jogador na janela de transferência do meio do ano. Neste fim de semana o vice-presidente Mário Sérgio Martins acrescentou mais uma nuvem a esse cenário: e a venda será por preço baixo.

– Com a crise mundial, jogador pelo qual você pegaria € 10 milhões vai sair por € 5 milhões – previu Martins.

O dirigente colorado recém havia voltado da Espanha, onde fora cobrar € 2 milhões do Valencia, referentes à compra do goleiro Renan em agosto do ano passado. Renan custou € 4 milhões. Essa segunda parcela, que está atrasada, será paga em abril. Em conversas com dirigentes e empresários europeus, Martins constatou que os olheiros já estão de olho em atletas do Brasil, dando os primeiros passos para fechamento dos negócios, em julho.

– A crise só fará mal ao mercado vendedor, que somos nós, sul-americanos. O apetite do comprador continua o mesmo. Eles baixarão o valor das propostas, alegando restrição ao crédito, e nós, que infelizmente ainda precisamos vender, seremos obrigados a aceitar – explicou o dirigente.

Apesar de tudo, Martins acha que essa ainda é uma boa saída para oxigenar as finanças. E afirma que poucos clubes estarão em condições de vender jogadores, em julho, sem sofrerem queda técnica.

– Acho que só São Paulo, Inter e Cruzeiro estão estruturados para isso.

Na verdade, a defasagem apenas se acentuaria. Em fevereiro, o Inter vendeu Alex ao Spartak Moscou por € 7 milhões (ficando com € 5 milhões líquidos), depois de sonhar receber € 10 milhões pelo meia. Quanto às reposições, o clube já se adiantou: contratou o meia Giuliano, do Paraná, e o centroavante Alecsandro, do Al-Wahda, dos Emirados Árabes, prevenindo-se contra a perda de D'Alessandro e Nilmar a partir do segundo semestre.