| 15/04/2003 07h21min
Enquanto tropas lideradas pelos Estados Unidos tentam restaurar a ordem em Bagdá e em outras cidades iraquianas, os norte-americanos lançaram nesta terça, dia 15, negociações sobre como o Iraque deve ser governado. Ahmad Chalabi, líder oposicionista favorito do Pentágono, disse que não participará da reunião na cidade de Nasiriya, sul do Iraque, mas mandará um representante. E o principal grupo xiita de oposição do Iraque decidiu boicotar a reunião.
Cerca de 60 iraquianos devem participar do encontro, o primeiro do processo que escolherá do governo do país à realização de eleições. A reunião será inspecionada por Jay Garner, o general de reserva americano que chefiará uma administração interina do Iraque.
Mohsen Hakim, porta-voz do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, com base no Irã, disse a partir de Teerã que não se pode esperar muito desta reunião.
Os grupos de oposição no Iraque têm profundas divisões e discórdias. Mas o brigadeiro-general Tim Cross, principal oficial militar britânico no Iraque pós-guerra, vê um fator de união.
– Acho que eles querem nossa saída o mais rápido possível. Eles querem ser responsáveis pelo seu próprio país de novo.
Cross disse achar que pode levar mais de seis meses antes que um governo assuma no Iraque.
As negociações começam em meio a melhorias na situação de segurança. Os Estados Unidos insistem que os saques e a desordem dos primeiros dias após a queda de Saddam Hussein estão terminando. Foram convocados milhares de policiais que trabalhavam para o regime de Saddam para tentar manter a ordem. Mas o legado destes dias de caos incluem a perda e a destruição de milhares de tesouros do Museu e da Biblioteca Nacional e a pilhagem de muitos escritórios do governo.
A normalidade parecia estar voltando lentamente a Bagdá, bombardeada por mais de duas semanas e após quatro dias de quase anarquia. Algumas lojas e quiosques de comida reabriram. As ruas voltaram a ter engarrafamentos. Ainda podem ser ouvidos tiros esporádicos à distância. O fornecimento de água e luz ainda não foi reabilitado e centenas de iraquianos protestaram contra a falta de segurança e de serviços públicos.
As informações são da agência Reuters e Globo News.
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