| 22/04/2003 13h41min
Batendo contra o peito e chicoteando as costas, centenas de milhares de muçulmanos xiitas lotaram a cidade sagrada de Karbala, nesta terça, dia 22, em meio a uma peregrinação até então proibida pelo ex-ditador do Iraque Saddam Hussein.
Livres pela primeira vez em décadas para celebrar uma de suas datas mais sagradas, alguns homens golpeavam as próprias cabeças com longas facas e mostravam as feridas em sangue como prova de sua disposição em morrer pelo imã Hussein, neto do profeta Maomé.
Alguns peregrinos gritavam palavras de ordem contra os Estados Unidos. Em Bagdá, xiitas realizaram um segundo dia de protestos contra os norte-americanos. Helicópteros militares dos EUA sobrevoaram a multidão, mas os soldados se mantiveram na periferia da cidade, à distância para evitar confrontos.
– Sim, sim ao Islã. Não à América, não a Israel, não ao colonialismo e à ocupação – gritavam os homens na passeata de Karbala.
Os xiitas respondem por 60% da população de 26 milhões de pessoas do Iraque, mas viveram reprimidos durante o governo de Saddam Hussein, sunita, como a maior parte do mundo árabe. A última grande celebração do Arbaiin, em 1977, terminou quando as forças do então presidente investiram contra os fiéis, matando vários deles nas proximidades de Karbala.
As informações são da agência Reuters.
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