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Nesta quinta, dia 1º, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, adiou pela segunda vez uma eleição fundamental na Irlanda do Norte, acusando o grupo guerrilheiro IRA de não conseguir se comprometer com a paz. Em um duro golpe ao processo de paz na região, Blair disse que foi obrigado a adiar a votação até o início do segundo semestre, devido à recusa do IRA de suspender todas as suas atividades paramilitares.
– O IRA vai continuar ou não a autorizar esse tipo de atividade? A situação não é imensamente complicada, mas requer uma resposta muito clara. Chegamos ao ponto em que é necessário que as pessoas se comprometam definitivamente a acabar com todas as formas de violência – Blair declarou durante entrevista coletiva em Londres.
A eleição para a assembléia, onde protestantes e católicos dividem o poder, estava marcada para o dia 29 de maio e já tinha sido adiada uma vez – a data original era dia 1º de maio.
Partidos protestantes são contrários à participação do Sinn Fein, um partido católico que é aliado político do IRA. Para aceitar a participação, os protestantes querem que o grupo ponha fim a sua guerra contra o domínio britânico e comprometa-se a usar apenas meios pacíficos.
O adiamento das eleições acaba com as esperanças da rápida reconstrução do consenso político na Irlanda do Norte depois da suspensão da assembléia no ano passado, em meio a acusações de espionagem do IRA.
Blair, que tem voltado muito sua atenção para a Irlanda do Norte desde o fim da guerra do Iraque, disse que não podia garantir se as eleições aconteceriam mesmo no período previsto, mas era seu "desejo e intenção" que a eleição ocorresse no início do segundo semestre.
A assembléia é a peça central do Acordo da Sexta-Feira Santa, estabelecido em 1998, que serviu para diminuir bastante a intensidade do derramamento de sangue sectarista que durava três décadas.
Paul Murphy, secretário de Blair para a Irlanda do Norte, fez uma lista com as atividades que o IRA precisa suspender – ataques militares, treinamento, escolha de alvos, espionagem, compra e desenvolvimento de armas, preparação de "campanhas terroristas", espancamentos e ataques como represália e envolvimento em baderna.
O primeiro-ministro irlandês, Bertie Ahern, que tem negociado com Blair para realizar a eleição, disse não concordar com o adiamento.
– Em última instância, acredito que mais um adiamento traga mais problemas do que soluções para o processo (de paz). Mesmo não concordando com essa decisão, deixo claro que a força e a importância fundamental da parceria entre os dois governos será mantida – Ahern declarou em Dublin, sem entrar em detalhes.
Blair e Ahern devem se encontrar em Dublin na próxima terça.
As informações são da agência Reuters.
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