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Um dia depois da bancada do PT decidir pelo afastamento dos deputados João Fontes (SE) e Luciana Genro, os partidos da base aliada já começaram, nesta quinta, dia 22, a se movimentar para trocar os deputados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que vão votar contra as propostas de reformas do governo.
No PT, quem ameaçava votar contra foi enquadrado pelo partido, que já anunciou a substituição de Fontes (SE), contrário à taxação dos servidores aposentados, por Professor Luizinho (SP). Luciana Genro, que é suplente na CCJ, será substituída pelo líder do PT na Câmara, deputado Nelson Pellegrino (BA).
João Fontes e Luciana Genro foram afastados de todas as atividades da bancada por terem atacado a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quarta, Fontes divulgou fitas com declarações de Lula em 1987 atacando o então presidente José Sarney, atual aliado do governo, e criticando as reformas que hoje defende.
Apesar da punição, o presidente do partido, José Genoino, declarou que o afastamento dos dois parlamentares poderá ser revisto caso eles mudem de atitude e decidam votas com o partido as reformas do governo.
Enquanto isso, outros partidos da base governista também já começaram a substituir os parlamentares integrantes da Comissão que são contrários ao governo. O PTB substituiu dois de seus representantes na CCJ: os deputados Luiz Antônio Fleury (SP) e Jair Bolsonaro (RJ) serão substituídos pelos deputados Neuton Lima (SP) e Fernando Gonçalves (RJ), pelo mesmo motivo.
E dois outros partidos da base governista, o PSB e o PL, vão reunir suas bancadas na próxima terça-feira para tentar fechar os votos de seus deputados na Comissão.
O PL ainda não tem posição unificada sobre pontos polêmicos das reformas, especialmente a da Previdência. Mas o vice-líder Bispo Rodrigues (PL-RJ), que é integrante da CCJ, garante que o partido vai fechar questão e substituir quem insistir em votar contra.
– Nós somos Governo, temos o vice-presidente da República, temos nossa responsabilidade. E vamos exigir dos membros do partido nas comissões que sejam leais – afirmou.
Mesmo que o governo consiga a aprovação da reforma da Previdência, poderá ter problemas no futuro: a Ordem dos Advogados já avisou que, se a taxação dos inativos passar, a entidade vai barrar a lei na Justiça.
O presidente da CCJ, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), trabalha para reduzir a tensão no debate sobre a reforma da Previdência. Ele tem falado sempre com o presidente Lula, chamando a atenção para os argumentos contrários colocados pelos deputados da Comissão.
A orientação de Lula, segundo Greenhalgh, é sempre para que os ministros Antônio Palocci, da Fazenda, e Ricardo Berzoini, da Previdência, se esforcem para não deixar os deputados sem esclarecimentos.
– Nós temos uma certeza – diz Greenhalgh: –se as coisas começarem mal na Comissão, terminarão mal no Plenário. Queremos que comece bem, e o Governo está atento –
A CCJ é o primeiro estágio da tramitação das Reformas. Ela vota a admissibilidade das propostas. Sua decisão é por maioria simples, mas interessa ao governo uma aprovação por margem significativa. E Greenhalgh diz não ter dúvida de que isso será alcançado.
com informações da agência Câmara.
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