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Anistia Internacional combate guerra ao terror promovida pelos EUA

Grupo afirma que ações norte-americanas tornaram o planeta um lugar mais perigoso

Relatório apresentado nesta quarta, dia 28, pela Anistia Internacional faz um retrato pessimista do mundo. O texto coloca a "guerra contra o terror'' declarada pelos Estados Unidos, como agente que transformou o planeta em um lugar mais perigoso, por promover o desrespeito aos direitos humanos, minar o sistema legal internacional e poupar governos de críticas.

O grupo, com sede em Londres (Grã-Bretanha), ao divulgar o documento sobre os direitos internacionais 2002, também pediu à comunidade mundial maior empenho na solução dos problemas do Iraque agora que a guerra no país acabou. Em uma das críticas mais contundentes feitas contra o governo norte-americano, a Anistia afirmou que as medidas adotadas depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 foi um tiro que saiu pela culatra.

– Elas aumentaram a distância entre as pessoas de diferentes religiões e origens, plantando as sementes de novos conflitos. O maior impacto de tudo isso é o nascimento de um temor verdadeiro em todos os setores da sociedade – dispara o grupo no relatório.

A Anistia afirma que o mundo não se esforça o suficiente para resolver os problemas do Afeganistão e do Iraque pós-guerra, ambos invadidos e bombardeados pelas forças lideradas pelos EUA em meio "guerra contra o terror.''

– Há o risco real de que o Iraque siga os passos do Afeganistão se não houver esforços genuínos para atender às exigências da população iraquiana por lei e ordem e por respeito aos direitos humanos –declarou Kate Allen, diretora da organização na Grã-Bretanha.

O grupo, o maior e mais respeitado do mundo na área de defesa dos direitos humanos, deu destaque à situação dos mais de 600 detentos mantidos pelos EUA em uma base militar da baía de Guantánamo, Cuba, sem acusação formal e sem direito a ver advogados ou familiares. A maior parte deles foi detida durante a guerra no Afeganistão.

– Enquanto alega promover a Justiça para as vítimas no Iraque, os EUA buscam sistematicamente minar o Tribunal Penal Internacional, um mecanismo de promoção da justiça universal – diz o texto.

A Anistia afirmou também que o excesso de atenção dos meios de comunicação para o Afeganistão e o Iraque em 2002 traduziu-se no descaso com relação aos abusos cometidos na Costa do Marfim, na Colômbia, no Burundi, na Chechênia (Rússia) e no Nepal.

As informações são da agência Reuters.


 
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