O técnico Tite pode estar deixando o Grêmio. Com a eliminação na Copa Libertadores da América, aumentaram as chances de o treinador trocar o clube gaúcho, que assumiu em janeiro de 2001, pelo São Paulo. O clube paulista deseja contratá-lo e acena com uma proposta de R$ 150 mil mensais. A intenção do técnico, porém, é seguir no Olímpico.

A pressão para a saída do técnico deve crescer no Grêmio. No começo do ano do centenário, a equipe foi eliminada do Gauchão, ficando em último lugar em um grupo de quatro equipes, sem vitória alguma, e da Libertadores, competição prioritária entre jogadores, comissão técnica e direção. Agora, resta ao tricolor gaúcho se voltar para o Brasileiro, onde ocupa uma amarga 17ª colocação. Além disso, em 27 jogos neste ano, o time venceu apenas nove. Entre as derrotas, duas foram em Gre-Nais.

Em entrevista coletiva após a derrota por 2 a 1 para o Independiente Medellín, nesta quinta, na Colômbia, Tite admitiu que houve “uma tentativa de contato por parte do São Paulo". No entanto, o treinador reiterou sua intenção de seguir trabalhando no Estádio Olímpico.

– Quero fechar o meu ciclo no clube apenas no final deste ano – anunciou Tite, garantindo que comandará a equipe contra o Figueirense, domingo, em Florianópolis, pelo Brasileirão.

Tite fez o possível para fugir das perguntas sobre uma possível saída. Lamentou a eliminação e, sem conseguir conter as lágrimas, exibiu sua mágoa por não ter atendido a um desejo da mulher, Rose.

– Ela está de aniversário e pediu de presente a classificação. O presente é a minha dignidade – conformou-se.

O presidente Flávio Obino evitou uma posição definitiva sobre a situação do treinador. Disse apenas que Tite tem contrato com o Grêmio, onde recebe cerca de R$ 100 mil por mês. A situação será definida nos próximos dias.

Uma cena de forte constrangimento marcou o final da entrevista do treinador. Quando Tite se dirigia para o vestiário, o vice de futebol, Luiz Eurico Vallandro, tentou enganchar o braço para acompanhá-lo. Tite passou reto.