Correligionários do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, lançaram nesta quarta, dia 4, um contra-ataque às alegações de que o premiê exagerou nas informações a respeito das armas do Iraque. O ministro John Reid acusou "elementos hostis'' nos serviços de inteligência de tentarem minar o governo com alegações de que as autoridades exageraram as evidências sobre as armas do Iraque.

– É verdadeiramente uma desgraça o fato de a liderança daqueles serviços de inteligência e segurança ter tido sua integridade contestada durante a semana passada por um ou dois indivíduos – disse, irritado, Reid.
 
Na semana passada, a Rádio BBC citou uma autoridade de inteligência que teria afirmado que o gabinete de Blair ''apimentou'' as evidências sobre as armas do Iraque para justificar a guerra. O primeiro-ministro, que voltou para Londres nessa terça após uma semana de diplomacia no exterior, deverá continuar a ofensiva, quando deverá ser desafiado pela oposição e por dissidentes do seu Partido Trabalhista.

O fracasso de encontrar armas químicas, nucleares e biológicas no Iraque colocou o primeiro-ministro em posição difícil. Dois comitês parlamentares preparam investigações independentes sobre os motivos que levaram à guerra contra Saddam Hussein. Blair deverá anunciar ainda nesta quarta uma investigação por outro comitê parlamentar – responsável pelos serviços de inteligência e que se reporta diretamente a ele.

Enquanto isso, uma pesquisa feita pela empresa YouGov para a Sky News mostrou que a confiança em Blair, mesmo entre seus maiores aliados trabalhistas, cairá caso não sejam encontradas armas letais no Iraque. Os números mostram que 48% dos eleitores que apoiaram o Trabalhista em sua vitória de 2001 não confiariam mais nas posições de Blair em outros assuntos políticos.

As informações são da agência Reuters.