| 25/06/2003 13h42min
Depois de amenizar o clima instaurado com as declarações dessa terça na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a agenda para esta quarta, dia 25, confirmando para julho a convocação extraordinária do Congresso Nacional e anunciado o Programa Nacional de Microcrédito. Ao lado do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o petista apresentou as medidas de incentivo à concessão de crédito para a população de baixa renda e pequenas e microempresas.
Entre as ações divulgadas está a criação das cooperativas de crédito de livre admissão. A formação desse tipo de organismo será possível depois da aprovação pelo Conselho Monetário Nacional da resolução que flexibiliza as formas para criação de cooperativas. Pelo modelo anterior, as cooperativas só podiam atender a segmentos específicos da população por classe profissional, por exemplo, produtores rurais, comerciantes de determinado ramo ou microempresários. Agora, toda a sociedade de uma localidade poderá ser atendida pelas cooperativas.
Elas poderão ser criadas em municípios ou conjuntos de municípios com até 100 mil habitantes. Também será permitida a transformação das cooperativas já existentes em cooperativas de livre admissão, para população de no máximo 750 mil habitantes.
O governo, assim, conforme Lula, pretende democratizar o acesso ao crédito no Brasil. O petista ressaltou que é direito de todo o brasileiro produzir e gerar riqueza. Para isso, segundo o presidente, é necessário mais crédito e crédito mais barato.
Numa crítica velada àqueles que praticam corrupção no Brasil e que enviam dinheiro ao Exterior, Lula disse que "democratizar o crédito é também uma lição de cidadania, porque o pobre compra e paga em dia, não remete dinheiro para fora e não tem conta em paraíso fiscal". O petista lembrou ainda a importância da consolidação de sistema de crédito cooperativo, que no Brasil atinge apenas 1,5% das operações financeiras.
– Essa é a causa dos juros altíssimos no Brasil – disse ele ao lembrar que na Alemanha o microcrédito corresponde a 20% das operações, na Espanha a 45% e na Itália 48%.
Em discurso no Palácio do Planalto, na cerimônia de lançamento do pacote, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou que a política do governo federal tem "um olho voltado para a macroeconomia e outro para a vida das pessaos''.
– Vencemos a primeira etapa, debelando definitivamente o risco de inflação alta. Hoje o debate é o desenvolvimento – disse o ministro, acrescentando que o Brasil não precisa optar entre conquistar baixas metas de inflação e ter um amplo crescimento econômico.
Com informações da Agência Brasil.
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