Os ruralistas decidiram neste domingo, dia 29, suspender a marcha em Vila Nova do Sul. A medida foi tomada após um ato público que reuniu cerca de 3 mil pessoas e de uma audiência com o Ministério Público Estadual. O procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, pediu que os produtores aguardassem uma decisão judicial sobre a desapropriação ou não dos 13 mil hectares das terras de Alfredo Southall, em São Gabriel, antes de iniciar novos protestos. Pereira fará o mesmo pedido ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em reunião que será realizada na quinta, dia 3, com representantes do movimento.

Os produtores rurais criaram o comboio como um contraponto a um movimento semelhante do MST que saiu de Pantano Grande em direção a São Gabriel. Os ruralistas protestam contra a desapropriação das terras no município, alegando que a fazenda é produtiva, e os sem-terra apóiam a criação de um assentamento no local. Autoridades do Estado temiam o confronto dos dois movimentos com o cruzamento das marchas, mas os sem-terra atrasaram a caminhada para evitar conflito. Nesta segunda, os integrantes deixam Restinga Seca em direção a Santa Maria. Os cerca de 700 sem-terra aceitaram o convite da prefeitura de Santa Maria para ficar na cidade. A caminhada será de 45 quilômetros e eles devem chegar na quarta-feira. Somente lá em Santa Maria, é que eles decidirão quando devem retomar a marcha para São Gabriel.

O MST está impedido por liminar obtida na Justiça pela prefeitura de permanecer em São Gabriel, podendo apenas circular por vias públicas. O prefeito da cidade, Rossano Gonçalves, que é contra a desapropriação, afirmou neste domingo que mantém vigília no parque de exposições do município. A chama simbólica do movimento só será apagada com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a realização ou não do desalojamento dos proprietários da área. Ele acrescentou que uma nova marcha de ruralistas será organizada se os colonos não atenderem ao pedido do Ministério Público.

As informações são da Rádio Gaúcha.