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Bush desafia militantes iraquianos a atacarem tropas dos EUA

Pelos menos 23 militares americanos foram mortos desde 1º de maio no país

O presidente George W. Bush desafiou nesta quarta, dia 2, os militantes que atacam soldados norte-americanos no Iraque a se apresentarem para a luta e disse que suas tropas estão preparadas para lidar com eles.

Pelo menos 23 militares dos Estados Unidos já foram mortos no Iraque desde 1º de maio, quando Bush declarou o fim da fase de combates.

– Há alguns que sentem que as condições são tais que podem nos atacar lá. Minha resposta é: venham. Temos a força necessária para lidar com a situação – disse Bush a jornalistas na Casa Branca.

O senador democrata Frank Lautenberg criticou essas declarações.

– Estou ainda balançando a cabeça sem acreditar. Quando servi ao Exército na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, nunca ouvi qualquer comandante militar – para não falar no comandante-chefe – convidar os inimigos a atacar as tropas dos EUA – afirmou ele em nota.

Uma fonte do Pentágono disse que o general John Abizaid, que na semana que vem assume o Comando Central, responsável pela ação no Iraque, ainda está estudando se deve enviar reforços ao Iraque, substituir alguns soldados ou usar tipos diferentes de tropas.

Os Estados Unidos atribuem os ataques a simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein e a grupos islâmicos, alguns ligados à Al-Qaeda.

– Tem gente lá que gostaria de nos expulsar, criar condições para ficarmos nervosos e decidirmos partir. Não vamos ficar nervosos – disse Bush.

Ele disse também que é "só uma questão de tempo" para que os EUA consigam provar que o Iraque de fato possuía armas de destruição em massa, o que foi a justificativa para a guerra que derrubou Saddam.

Bush é acusado por parte da oposição democrata de ter enganado a opinião pública a respeito dessas armas. Para responder a essas críticas, o porta-voz Ari Fleischer leu nesta quarta um discurso feito em 1998 pelo senador Joe Lieberman, hoje pré-candidato democrata à Presidência, na qual ele expressava temor quanto à possibilidade de Saddam usar as armas de destruição em massa "que sabemos que ele possui".

Seja como for, disse Bush, Saddam era uma ameaça a seu próprio povo.

– Descobrimos algumas cenas inacreditáveis – afirmou ele, em referência a supostas valas comuns onde estariam enterrados opositores do regime.

Pesquisa USA Today/CNN/Gallup mostra que está diminuindo o otimismo dos norte-americanos quanto à ação militar no Iraque. Em 7 de maio, 86% acreditavam que ela ia bem, número que caiu para 70% há um mês e para 56% nesta semana.

Bush, que na terça deu a entender que a ocupação vai durar "por um longo prazo", disse que seu país ficaria contente se outros governos enviassem tropas para estabilizar o Iraque, mas afirmou que o contingente lá presente – cerca de 150 mil soldados – basta.

 
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