| 24/01/2001 14h40min
O francês Bernard Cassen, diretor do jornal Le Monde Diplomatique, representante da Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos (Attac) e idealizador do Fórum Social Mundial, justificou a escolha de Porto Alegre como sede do Fórum, que começa amanhã no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Segundo o intelectual francês, o encontro não poderia ocorrer na Europa devido à proximidade com Davos, que recebe no mesmo período o Fórum Econômico Mundial. Era necessário provocar uma ruptura geográfica. Cassen destacou que chegou-se ao Brasil por ser um país com movimentos populares fortes e atuantes. E Porto Alegre acabou recebendo o Fórum por ter tido as últimas quatro administrações com perfil democrático reconhecido internacionalmente. – Este não é um encontro anti-Davos, Davos é que é contra o Fórum de Porto Alegre – comparou Cassen – Aqui, o encontro é de toda a sociedade, enquanto lá é apenas de uma minoria. A organização do evento garante que o Fórum já está além das expectativas de todos por estar ocorrendo apenas um ano após a idéia original. Por isso já há um pedido de desculpas antecipadas por quaisquer problemas que possam vir a ocorrer devido à rapidez com que tudo foi planejado e executado. Os organizadores pedem que não se façam quaisquer protestos violentos no lugar de manifestações pacíficas. A prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado do Rio Grande do Sul foram contatados pelos organizadores do Fórum em maio de 2000, segundo os organizadores, e ofereceram imediatamente apoio para a realização do evento. Sério Haddad, representante da Associação Brasileira de Organizações Não-governamentais (Abong), fez questão de ressaltar, no entanto, que o encontro foi organizado pela sociedade civil, representada por diversas entidades, e não pelo governo. Os participantes do Fórum esperam sair de Porto Alegre com alguns consensos para a luta por alternativas à globalização neoliberal. A coletiva de lançamento contou ainda com as presenças do governador do Estado, Olívio Dutra, do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, além de representantes das principais entidades organizadoras do Fórum, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Centro de Justiça Global (CJG), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), a Associação Brasileira de Organizações Não-governamentais (Abong), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CBJP/CNBB) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Rafael Alegria, do Movimento Internacional Via Campesina, também participou da entrevista. Estão representados no encontro pelo menos 122 países. Mais informações sobre o evento no especial Fórum Social Mundial.
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