Uma nova gravação de áudio atribuída ao ex-ditador Saddam Hussein foi divulgada nesta sexta, dia 1º de agosto, com pedidos para que os iraquianos combatam e expulsem as tropas norte-americanas.

– Algumas pessoas perderam o sentido de equilíbrio durante a guerra e depois – disse a voz na gravação, exibida pela emissora Al Jazeera. – O sentido de equilíbrio não será recuperado senão por meio daqueles que lutam em nome dos princípios que satisfaçam à nação, ao povo e a Deus.

– Só as ações dos fiéis que lutaram podem expulsar os invasores, de modo que o Iraque retorne ao normal – afirmou a voz, muito semelhante à de Saddam, na gravação datada de 28 de julho.

A voz admite que alguns iraquianos "baixos e indignos" estão colaborando com as tropas dos EUA.

– Os iraquianos têm a prioridade e o direito à riqueza do país, a qual os invasores querem destruir, se apropriar ou canalizar de modo a atender seus objetivos baixos, inclusive o de entregá-la a seus malignos seguidores que acompanharam seus tanques.

Numa gravação divulgada na ultima terça, dia 29, por outra emissora árabe, um suposto Saddam lamentava a morte de seus dois filhos, Uday e Qusay, abatidos pelos EUA em julho. Ele disse que os dois morreram como mártires e prometeu derrotar os norte-americanos. A CIA afirmou que aquela gravação era, quase certamente, autêntica.

Na nova fita, a voz pede aos iraquianos que não se deixem dominar pelo medo contra o invasor.

– O sentimento de culpa ou o temor pelo futuro leva alguns a cometerem traição, em vez de se transformarem em armas carregadas contra o soldado ocupante estrangeiro.

– Nossa crença é de que Deus vai nos garantir a vitória, e estamos confiantes de que o colapso do Exército estrangeiro é possível a qualquer momento. Pedimos a seus filhos e irmãos que sejam disciplinados e ordeiros, para que não sejamos pegos de surpresa – disse a voz.

Cinco outras gravações atribuídas a Saddam já foram divulgadas nas últimas semanas. O ex-ditador está desaparecido desde abril, quando foi deposto pelas tropas dos EUA.

Os Estados Unidos oferecem  US$ 25 milhões  por sua captura. Washington espera que a prisão ou morte de Saddam acabe com o movimento de guerrilha que já matou 50 soldados desde 1º de maio, quando a Casa Branca declarou que a fase de combates chegara ao final.

Os militares dos EUA atribuem esses ataques a simpatizantes de Saddam. Desde a batalha contra Uday e Qusay, 11 militares já foram mortos.