| 23/08/2003 18h59min
O ministro da Defesa, José Viegas, afirmou em entrevista coletiva neste sábado, dia 23, que 16 dos 21 mortos da explosão da plataforma de lançamento do foguete VLS-1 na Base Aérea de Alcântara, foram localizados na área do acidente, mas apenas dois foram transferidos para o IML da capital maranhense. A explosão ocorreu por volta das 13h30min de sexta-feira, dia 22. Ainda não são conhecidas as causas do acidente.
O ministro afirmou, ainda, que o maior número de informações possível foi passado para os familiares das vítimas em São José dos Campos, no interior paulista. As famílias, inclusive, estão facilitando à distância a identificação dos corpos.
De acordo com o tenete-brigadeiro Astor Nina de Carvalho, comandante do Centro de Lançamento de Alcãntara, o VLS não explodiu na base conforme a imprensa vem noticiando. Segundo ele, o que ocorreu foi um grande incêndio na base do primeiro estágio do foguete. Em seguida, as chamas se propagaram rapidamente gerando um calor de cerca de 3 mil graus, o que provocou a queda da torre de lançamento sobre o foguete.
O major Carvalho disse que a hipótese de sabotagem é praticamente descartada, isso com base na análise das fotos e das fitas de gravação que foram feitas durante o lançamento simulado. Frisou, ainda, que as possibilidades de falha humana também são muito reduzidas, uma vez que os técnicos que trabalhavam no local eram altamente qualificados.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, também na coletiva, afirmou que o acidente com o Veículo Lançador de Satélites (VLS) não prejudica os entendimentos que o Brasil vem mantendo com a Ucrânia e a Rússia para o desenvolvimento do programa Aeroespacial do país. Roberto Amaral assegurou, também, que o presidente Luiz inácio Lula da Silva já lhe informou que o programa espacial do país não deverá ser interrompido.
A Aeronáutica divulgou neste sábado as três primeiras imagens do acidente. O trabalho de resgate de corpos na Base Espacial foi retomado na manhã deste sábado. As buscas haviam sido suspensas na noite de sexta por causa do superaquecimento no local do acidente. A ação está sendo dificultada pelo calor no local da explosão. A Aeronáutica mantém o bloqueio do espaço aéreo em Alcântara, e também está proibido chegar ao local por mar.
Esta foi a terceira tentativa frustrada do Brasil de se tornar o primeiro país latino-americano a lançar um foguete ao espaço. As outras duas tentativas ocorreram em 1997 e 1999, quando os foguetes foram destruídos pouco após o lançamento em razão de problemas técnicos. O mais recente lançamento estava previsto para ocorrer a partir de segunda, dependendo das condições atmosféricas e de checagens finais.
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