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Depois das críticas, Suplicy destaca importância de José Dirceu para o governo

Senador paulista defende maior tolerância na questão dos radicais

Tentando desfazer o desconforto provocado pelas críticas publicadas pela imprensa de São Paulo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) deu outro rumo aos comentários nesta terça, dia 2, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, e destacou a importância do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

– O fato de que José Dirceu e Antônio Palocci são dois ministros muito fortes no governo é uma realidade. Eu observei que o ministro José Dirceu tem um tal acúmulo de funções. Por ter se atribuído a função de estar examinando todas as nomeações e os critérios políticos, nem sempre tem todo o tempo para examinar decisões de grande relevância sobre os instrumentos de políticas públicas, econômicas e sociais.

Suplicy reforçou seu "reconhecimento da extraordinária capacidade do ministro José Dirceu".

– Agora, acho que do ponto de vista de designações, é muito importantes que sempre prevaleçam os critérios que o presidente Lula estabeleceu: competência, conhecimento, idoneidade, afinidade política com os propósitos do governo – declarou.

Em entrevista à revista Veja, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa, criticou o que chamou de suporpoderes de Dirceu e chamou o ministro de czar do governo tamanho o seu poder. Nessa segunda, dia 1º, Suplicy disse considerar fazer bem que pessoas com a autoridade de Corrêa possam "mostrar coisas que são importantes para o governo". O senador se referiu ao caso da deputada Maria José Maninha (DF), que se absteve da reforma da Previdência e, por causa disso, o seu marido foi demitido da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Já sobre a decisão da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores de afastar por 60 dias oito parlamentares que não seguiram a orientação de votar a favor da reforma da previdência demonstrou tolerância e boa vontade na visão do senador. Suplicy afirmou que a punição poderia ter sido, objetivamente, o afastamento dos deputados do partido:

– Eu, sinceramente, gostaria que pudesse haver, até o mês de outubro, uma medida que envolvesse maior grau de compreensão, generosidade e tolerância.

Nessa segunda, o PT adiou para outubro a decisão sobre as filiações dos deputados "rebeldes" João Baptista Araújo, o Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE). Além desses, foram suspensos e não poderão participar das decisões do partido Ivan Valente, Orlando Fantazini, Walter Pinheiro, Chico Alencar, Maria José da Conceição, a Maninha, Mauro Passos, João Alfredo e Paulo Rubem.

Suplicy classificou o atual momento da política do governo como de "reflexão bastante positiva". O senador disse ser necessário ainda saber qual será o rumo final da proposta de reforma tributária. Mas, desde já, salientou pontos positivos da matéria, como a "desoneração das exportações, a diminuição da tributação da folha de pagamento para fazer com que haja maior possibilidade das empresas estarem exportando mais".

 
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